Alguns dias atrás estava checando minha correspondência e achei 1 carta. Fui logo abrir ansioso para ler. Para minha surpresa era de meu tio que está em Zagreb, Croácia. Entre tantas coisas escritas, ele citou o frio excessivo, a cultura e culinária diferentes e o idioma, sua principal dificuldade no novo país. Mais tarde, entrei na internet e fui checar meus e-mail’s. Mais de 30. Não li nenhum deles até o fim, ao contrário da carta que li palavra por palavra.
Não faz muito tempo, antes recebíamos muitas cartas por semana e ficávamos felizes quando alguém nos enviava um e-mail. Uma inversão de sentimentos ou de valores? Não preciso dizer que a internet é a principal responsável por tal fenômeno. Os meios de comunicação evoluíram e estar na internet é estar conectado ao mundo. Diante de tais eventos comecei a pensar e cheguei a uma conclusão que vem juntamente a uma comparação. Pode-se dizer que é bobo pensar sobre isso, mas logo liguei à indústria da música e em especial ao Hip Hop, como sempre.
Vivemos uma crise de identidade. Talvez o mundo todo esteja vivendo. Mas o principal que estou tentando dizer é que, métodos tradicionais de comunicação voltam à tona e se tornam especiais por serem algo tão simples, assim como na música. Estamos vivendo um período onde ser diferente é clichê, afinal, todos tentam ser diferentes. Um exemplo é Nicki Minaj. Quanto mais estranho foi ficando seu visual, pior ficaram as músicas. E olha que sou um defensor dela. Podemos citar o Odd Future, pelo seu visual e atitude diferente e rebelde. Em uma época diferente, tal rebeldia surtiria mais efeito, mas como estamos vivendo um momento onde todos procuram se diferenciar e até se propõem a parecer estranhos, o tradicional volta com tudo. Já passou do tempo onde ser diferente era algo diferente. Viva Nas. Viva o Hip Hop tradicional.
