Notícias

Ainda falta um tempero no rap nacional?

By 27 de outubro de 2012 No Comments

#RapBR e Progresso

Estamos vivendo talvez o melhor momento do rap em nosso país. Exemplo disso é o grande número de artistas independentes surgindo na internet e também conquistando bastante espaço na TV e em rádios aos poucos. Sem dúvidas há muito talento no meio desses novos MCs. Porém parece que falta algo nesse movimento em ascenção.  Posso estar equivocado, ou posso estar dando o que seria apenas uma opinião própria, porém espero que leiam esse post até o fim, e se possível registrem suas conclusões nos comentários abaixo, descrevendo se estão de acordo com o pensamento a seguir: o rap nacional precisa de mais CONCEITO.

O que quero dizer quando escrevo sobre essa falta de conceito? Usaremos breves exemplos de rappers internacionais, que de qualquer forma são e sempre serão um exemplo de bom trabalho a se seguir.  Começamos com álbuns como “American Gangster, do Jay-Z. Faixas diferentes mas que juntas acabam passando uma cronologia única, uma idéia ou uma história. O mesmo que vemos no “Food & Liquor” de Lupe Fiasco.

Quando escutamos mixtapes, ou EPs de alguns MCs independentes brasileiros muitas das vezes acabamos vendo faixas soltas e sem um foco principal (tirando, claro, alguns dessa “nova classe” do rap). A impressão é de que escutamos algumas dessas faixas e delas nada extraímos. Muitas vezes bons instrumentais, algumas boas punchlines, mas no fim nada concreto. Muitos versos, porém letras vazias.

Mil perdões, mas não só eu, mas como a maioria dos verdadeiros apreciadores de um rap de qualidade jamais escutaria mais de uma vez músicas que um cara faz para que seus próprios amigos escutem (sejam eles próximos, ou apenas de Facebook, etc.) e digam “nossa, belo trabalho”, apenas por serem “amigos” e não terem atitude para fazer críticas contrutivas, mesmo que essas sejam duras no início. E, infelizmente, o número de pessoas que tentam ingressar no rap fazendo isso, aumentou assustadoramente.

Emicida, Projota e Rashid: ideologias parecidas, porém são uns dos que levaram o rap brasileiro a outro nível.

Nomes como Emicida (que prega a ideologia de levar a rua para o topo com o famoso bordão “a rua é noiz“) Projota e Rashid (com um perfil mais melancólico em suas rimas) usam muito bem essa técnica de conceituar seus trabalhos. Mesmo que essa idéia de exprimir na maioria das vezes os problemas sociais em nosso país esteja ficando meio que “fora de validade”, pode sim ser considerada como um pretexto verdadeiro a ser usado em músicas.

A minha intenção não é falar mal, muito menos menosprezar os rappers iniciantes no nosso país. Sobre isso explanei minha opinião no início do texto. O que realmente espero é que esse pensamento de imprimir mais foco e conceito, seja usado por todo aquele cara que pegar em um papel e numa caneta esperando começar uma nova carreira. O caminho de um MC é longo, e os resultados não são à curto prazo, mas num túnel escuro que é a trajetória de um músico independente no Brasil, ter uma ideologia autêntica, que seja absorvida por aqueles que escutarem seus sons e se identificarem com eles, pode servir como uma bela lanterna nessa trajetória.

Deixe seu comentário!
Share this...
Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe