O islã e o hip-hop sempre coexistiram no mesmo universo desde a sua criação. Desde o pioneiro Afrika Bambaataa até o rapper Oddisee, muitos artistas do gênero deixaram explicitamente em suas músicas e estilo de vida as suas crenças religiosas. Os Estados Unidos vivem um clima tenso com o “Muslin ban” imposto pelo recém-eleito presidente, Donald Trump, que fez o preconceito com o islamismo voltar à tona. Perto de lançar o seu sexto disco All the Beauty in This Whole Life, Brother Ali, rapper praticante da religião, falou sobre o polêmico assunto e relembrou: “Alguns dos nossos maiores heróis são muçulmanos.”
“Logo após as eleições, houve um episódio do Saturday Night Live com Dave Chappelle e o grupo A Tribe Called Quest. Todos eles se identificam com muçulmanos de uma forma ou outra. Q-Tip e Ali Shaheed Muhammad são abertamente muçulmanos. Busta Rhymes é um Five-Percenter, Consequence, e também Dave Chappelle. O único não-muçulmano do grupo era Phife Dawg, mas ele tinha um nome muçulmano, Malib.
É incrível. Nós temos esses líderes mas quando falamos de muçulmanos, nós não pensamos em Dave Chappelle. Nem em Muhammad Ali. Existem vários outros líderes muçulmanos que o público não conhece e isso faz a gente pensar: qual o papel da mídia nisso?”
Ali ainda revelou que prefere focar em países que recebem os refugiados muçulmanos de braços abertos do que no ban imposto, isso porque por anos a América estereotipou os muçulmanos de uma forma demoníaca. “Eles falam de muçulmanos, mas não falam o que o Islã é,” disse o rapper.
O sexto disco do rapper, All the Beauty in This Whole Life, sairá no dia 5 de Maio pela Rhymesayers e Warner Music Group. Recentemente ele lançou algumas músicas para promover o projeto. Para mais, leia a entrevista completa (em inglês) de Ali para a Billboard.