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Clipse: Dois dos MCs mais subestimados do Rap

By 5 de novembro de 2012 No Comments


Vindos de Virginia, Malice e Pusha T juntaram forças quando ainda eram jovens com o produtor Pharrell Williams. Pharrell começava a despontar na cena, e a dupla foi o passe para o estrelato na produção de músicas de vários MCs. Mas focamos na dupla, os irmãos são nada mais nada menos dois dos mais subestimados MCs da história – ou pelo menos dos últimos dez anos. O primeiro disco da dupla, veio após um projeto nunca lançado. A decisão de não lançar o disco, foi da Elektra Records, que liberou a dupla um pouco tempo depois do seu contrato. Esse talvez tenha sido a primeira prova de que a dupla não teria o reconhecimento que merece, Exclusive Audio Footage tem ótimas músicas, e não se diferencia muito dos projetos lançados posteriormente pelo Clipse. O disco foi todo produzido pelos The Neptunes de Pharrell. A parceria duraria por mais dois discos inteiros – o terceiro álbum da dupla teve produtores de todas as partes. Anos depois, a dupla lançou o Lord Willin’, disco com uma porrada de hood anthems. Dúvida disso? Ouça Hot Damn, Grind e seus remixes, Virginia, Young Boy. O disco é um clássico. O storytelling é pesado, e as referências ao tráfico são imensas, além de analogias entre o “crack game” e o “rap game”. A produção é um dos ponto altos. Mas mesmo assim, comercialmente a dupla era fraca, claramente uma das causas dessa fraqueza, é o teor das músicas. Pois nas ruas, o Clipse sempre esteve em alta. Prova disso é que Pusha e Malice sempre fizeram a função de “ghostwriting” de alguns na indústria. Lil’ Wayne foi um dos que usaram as habilidades líricas dos irmãos, isso segundo muitas fontes. O que aconteceu depois, foi que Wayne roubou desde letras até o estilo de roupa que os dois usavam na época. Isso causou uma grande treta na época, que dura até hoje. Mas bem, em 2006, a dupla trouxe o Hell Hath No Fury, e foi aí que a dupla virou de vez um símbolo das ruas, rimando sobre tráfico, crime, já que eles viveram isso diretamente. O disco ganhou cinco estrelas de muitos críticos, e músicas como Mr. Me Too, Dirty Money, Ride Around Shining, e Trill, estouraram nas ruas, mas não comercialmente… mais uma vez. O disco só vendeu 78,000 cópias. Wtf is happening with this people? Nunca saberemos. Em 2009, Til the Casket Drops veio com uma proposta diferente, menos The Neptunes. Mas, a dupla de produtores co-produziu o disco. Com músicas para atingir um público mais mainstream ainda, como All Eyes On Me com Keri Hilson e Im Good, o disco é também ótimo. Popular Demand com Cam’ron, é até hoje lembrada pelo seu refrão.

Um tempo depois, Pusha T entrou para a GOOD Music e Malice, largou um pouco a música. Focou na religiosidade, e viveu tranquilo. Enquanto isso, Pusha começou a buscar o reconhecimento que a dupla merece. Hoje, certamente se o Clipse lançar um disco (o que irá acontecer em breve), terá uma expectativa maior graças ao membro da GOOD, que com seus versos incríveis como os de New God Flow, veio conquistando um público muito maior. O post vem como uma espécie de recomendação, afinal, sou um fã incondicional da dupla. Reviews de dois discos já foram vistos aqui no Raplogia, e além disso, todos os últimos sons de Pusha T servem de recomendação. Clipse é uma dupla subestimada, mas dona de muitos dos melhores projetos dos últimos dez anos. Check it!

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Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe