Seria um tiro no pé não falar de Emicida nessa semana. Entre as principais notícias de ultima hora, podemos ressaltar a sua prisão em BH, as músicas com o M1 do Dead Prez e ‘9 Círculos’, que fará parte da trilha sonora do jogo Max Payne 3 que foi remixado por Styles P e Freddie Gibbs. Emicida, querendo ou não é o maior nome da cena nacional atualmente. Por esse e outros motivos, iremos à fundo numa análise sobre Dedo Na Ferida, a cena atual e os vôos internacionais do rapper brasileiro mais procurado pelos gringos.
Leandro Roque de Oliveira tem sua história conhecida por quase todos os ouvintes de rap nacional, evitando mais delongas em explicar sua ascensão. Para a mídia, ele ainda é uma novidade, sendo a sua prisão muito noticiada por veículos grandes. Enquanto alguns o julgam um rapper ‘romântico sem tolerância para a violência policial’, outros o julgam como o possível maior nome desde Mano Brown. Motivos para isso, não faltam. Qual outro brasileiro participou de eventos tão importantes quanto ele? SWU, Coachella, EP com Beatnick & K-Salaam, além das músicas já citadas acima. Leandro é o rapper brasileiro mais internacional dos últimos tempos, e isso provavelmente continuará por um bom tempo. A maior prova de que o rapper se tornou ‘internacional’ foi quando os gringos começaram a chamá-lo de ‘Jay-Z’ brasileiro.
A sua prisão reascende uma discussão antiga no Hip Hop. Após cantar Dedo Na Ferida, música com letra que critica autoridades e os homens de lei, com referência as últimas desocupações de favelas em São Paulo como Pinheirinhos, em show em Belo Horizonte, foi preso com a alegação de que houve desacato à autoridade. Entre piadas e debates entre usuários, esse foi um dos assuntos mais comentados nos últimos dias. O rapper faz parte da nova escola do Hip Hop, conhecida por um apelo pop tendo um repertório de assuntos variados mas pouca profundidade em relação à protestos sobre a sociedade, o que não quer dizer que ele não seja um ignorante ou alienado, mas que sabe como usar a mídia a seu favor. Uma prova disso é ter utilizado o garoto-propaganda do momento Neymar em seu úlimo clipe ‘Zica, Vai Lá’. Apesar de sua ‘passagem’ pela cadeia, ele saí fortalecido tanto pela opinião popular quanto o marketing. Alguns ainda podem argumentar que seria um marketing negativo, eu respondo que não. Além de chamar a atenção de sites, noticiários e de músicos em geral que prestaram apoio e solidariedade, o seu nome é novamente divulgado e as atenções recaem novamente a um artista que já faz algum tempo que não sai da mídia.
Emicida tem sido cada vez mais procurado pela mídia. Isso vai de participação em música do Skank até propagandas de marcas como Itaú e Nextel. Novamente citando, isso reascende outra discussão antiga no Hip Hop sobre ser ‘vendido’. Essa última, um pouco ultrapassada, afinal hoje em dia tudo é bussiness e não cabe lugar para taxar um artista como ‘falso’ ou verdadeiro. Podemos afirmar que o MC paulistano que fez sucesso nas batalhas de rima e chegou a se apresentar no Coachella, é uma incógnita. Enquanto alguns entendidos ja enjoaram, pra mídia ainda é novidade. Não sabemos no que vai dar, ou até onde vai chegar, mas presumimos que os vôos não acabam por aqui.
