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Entrevista com ABRONCA, ex-Pearls Negras

By 18 de abril de 2017 No Comments

Elas estão de volta!

De nome novo, as ex-Pearls Negras se reinventaram como ABRONCA, chegando pesadas com o single “Chegando de Assalto”, uma mistura de trap, funk e rap produzida por Leo Justi, da Heavy Baile Sounds, selo que lançou o debut “Bandida” da MC Carol e qual as minas também fazem parte.

Formada por Slick, Jay e Mary, trocamos uma ideia sobre essa nova fase do grupo, como foram as experiências na turnê internacional de 2014 e o que elas estão trazendo de novidade pra nós nessa nova fase de muito sucesso.

“Um novo nome tinha que surgir para seguirmos com uma outra cara. Nós sabíamos que estávamos mais maduras e que precisávamos fazer algo diferente agora”, conta Slick.

“A arte sempre nos transforma, (…) a música é algo inexplicável, acho que desde que nos descobrimos no ramo do rap não pensamos mais em outra coisa. Respiramos o rap, vivemos o rap, e queremos levar a música pra vida e nos mantermos com ela”, explica Jay.

A nova versão do grupo vem cheia de pressão e representando a força da mulher no hip hop. “Com toda certeza, somos feministas! Toda vez que vamos numa roda de rima ou subimos no palco pra cantar e passar nossa mensagem, estamos defendendo a mulher no rap”, conclui Jay.

Confira a entrevista com as meninas abaixo:

RAPLOGIA: Como foi o início da caminhada de vocês no Hip Hop? O que despertou a paixão de vocês por ele?

MAY: Tudo começou a partir do teatro Nós do Morro, junto com a Jackie Brown! Já fazíamos teatro e ela convidou nossa turma a fazer aulas de rimas, mas no dia, que era um dia muito chuvoso, só foi eu a Alice e a irmã dela, Andressa. Depois disso a Jennifer também entrou! Não sabíamos que tínhamos essa capacidade, esse dom dentro da gente, ela nos incentivou e nos mostrou isso! Assistíamos vários vídeos clipes do Racionais, Mv Bill, Camila CDD, e isso foi nos alimentando e cada vez fomos nos aprimorando! A introdução do Rap/Hip hip na nossa vida começou em 2012.

RAPLOGIA: O que/ quem vocês consideram uma motivação nas suas caminhadas?

MAY: Eu acho que nós somos nossa motivação! Nossa sede de seguir com nosso sonho, nosso desejo de avançar, chegar e se manter disso! Olhar pra trás e ver tudo que já conquistamos, ver que temos uma missão aqui!

Passamos por um momento muito difícil, de até pensar em desistir, às vezes é tão difícil, parece impossível, mas nossa força de vontade é maior! E junto com pessoas maravilhosas que também acreditam em nós, no nosso trabalho, isso só nos faz ter certeza que estamos no caminho certo!

RAPLOGIA: O que mudou na visão de mundo e ideais de vocês depois da explosão internacional das Pearls Negras? 

MAY: Me faz pensar o quanto podemos sonhar alto e alcançar lugares inimagináveis… Quando viajamos tínhamos 17/18 anos, estávamos indo em prol do nosso trabalho, levar nossa música! Um dia antes estávamos aqui no Vidigal e no outro pisando nas cidades da Europa… Parecia um sonho! Hoje sinto orgulho, algumas coisas poderiam ter sido diferentes, mas sou muito grata! Podemos alcançar tudo que almejamos! E ainda vamos voltar lá muitas vezes!

RAPLOGIA: Como foi levar a voz da periferia do RJ para o mundo?  

MAY: Cada show, em qualquer lugar, sabemos o quão importante é a nossa voz! Representar e levar o Vidigal é um peso muito importante que nos traz muito orgulho! Sentimento de missão cumprida!

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RAPLOGIA: Qual bagagem vocês trazem para ABRONCA depois de toda essa experiência? 

JAY: Trazemos uma bagagem lotada de conhecimentos e mais sonhos a serem realizados. Com tudo que passamos, aprendemos a aproveitar mais cada oportunidade que a vida nos dá, aprendemos a viver mais o momento, pois o momento é agora e se não corrermos atrás dos nossos sonhos ficaremos pra trás. Sempre fomos muito esforçadas mais vejo que agora estamos bem mais, é a vez d’ABRONCA brilhar, e estamos preparadas para o que der e vier.

RAPLOGIA: Como é ser mulher num meio predominantemente masculino como o Hip Hop? 

JAY: É um desafio constante. Antigamente achávamos que para sermos aceitas no rap, tínhamos que engrossar a voz e segurar nas calças, hoje em dia vemos que isso é bobagem e cantamos até de salto alto se quisermos. O fato é, que temos a mesma força que eles, e cada letra nossa é um soco na cara. É difícil sim ser mulher no rap, mas estamos tirando de letra esse desafio.

RAPLOGIA: Vocês já passaram por situações machistas? Como encaram essas situações? 

JAY: Começamos a cantar Rap com 11 anos, e foi nessa época que tivemos que aprender na cara dura o que é o machismo no rap. Imagine só, adolescentes escutando que não tinham que estar ali, que era mais fácil cantar funk, e que o funk tinha mais haver conosco e não o rap. Foi incrível acabar com todo preconceito apenas com nosso talento e esforço, pois sempre nos criticaram antes de subir no palco, mas quando cantávamos e mostrávamos o nosso potencial, todos ficavam boquiabertos e diziam, “vocês são surpreendentes”.

RAPLOGIA: Como é falar de feminismo na quebrada de vocês? 

JAY: Antigamente era mais difícil falar de feminismo, mas hoje em dia vejo que as pessoas estão mais abertas a nos escutar, inclusive na nossa comunidade. Não nego que às vezes quando subo no palco, ainda sinto aquele olhar opressor, mas nada nos abala, acredito que somos a prova de balas.

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RAPLOGIA: As minas estão se unindo cada vez mais no Hip Hop, como vocês veem o papel d’ABRONCA nesse meio? 

JAY: Nós somos inspirações pra muitas mulheres, e o nosso papel é mostrar pra elas que não devemos ter medo de soltar a nossa voz e de passar nossa mensagem. É lindo ver cada vez mais mulheres batalhando nas rodas de rima, mulheres filmando, mulheres produzindo, é lindo ver que as mulheres estão cada vez mais se destacando no mercado de trabalho. Fico muito satisfeita em saber que fazemos parte dessa nova era de mulheres fortes e decididas.

RAPLOGIA: Vocês encaram seus trampos como uma forma de resistência? 

SLICK: Com certeza, sem dúvidas! Estamos aqui representamos todas as mulheres! Todas aquelas que tem voz e principalmente aquelas que não tem!!!

RAPLOGIA: Qual mensagem vocês tentam passar através dele?

SLICK: Bom, passamos tantas mensagens… As mais importantes são o poder feminino, nossa vida e sobre nós!

RAPLOGIA: Quais os nomes de minas no Hip Hop nacional que vocês apontam como estrelas do presente/ futuro?

SLICK: São muitas minas talentosíssimas que estão fazendo a direção e conquistando espaço… Todas estão de parabéns!  Mas para citar algumas: Flora Matos, Mariana Mello, Drik Barbosa, Tassia Reis, Bivolt e Lívia Cruz.

RAPLOGIA: Olhando para 2009 e para hoje, que conselho dariam para vocês daquela época?

SLICK: Sobre o espaço feminino! Sempre vou dizer sobre isso pois estou muito feliz com a força que está se crescendo de mulheres bem fortes no Rap! Hoje estamos conquistando espaço, se não já conquistamos… Mas é uma luta diária, queremos bem mais que isso!

RAPLOGIA: Quais são seus sonhos e planos para o futuro?

SLICK: Nosso sonho é que todos e principalmente as mulheres possam ouvir o nosso som e se identificar com a mensagem que estamos passando, e que isso possa ajudá-las em alguma resposta ou então dando força nesse mundo bem machista!

RAPLOGIA: Para finalizar, deixe um salve para as minas que estão começando na caminhada de seguir seu sonho no Hip Hop.

SLICK: Minas, é difícil, é complicado e nós sabemos disso… Mas não desistam! Corram atrás! O mundo precisa de mulheres no poder! Por que não? Juntas vamos conseguir realizar esse nosso sonho que estamos lutando!! Vamo que vamo que o mundo é nosso!!!

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Ouça “Chegando de Assalto”:

Spotify: https://goo.gl/TWiKec

Deezer: https://goo.gl/Daerb3

iTunes: https://goo.gl/xnd3cf

Soundcloud: https://goo.gl/fbZ8Oz

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