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Especial: 20 anos de The Chronic

By 18 de dezembro de 2012 No Comments

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Em dezembro de 1992, mais precisamente no dia 15 de Dezembro, o Hip Hop mudou para sempre. Nessa data The Chronic foi lançado. Em meio aos distúrbios raciais que assolavam Los Angeles, Dr. Dre inovou o gênero, misturando batidas secas e criando o G-Funk. Após 20 anos ainda podemos ver o impacto de uma das obras mais importantes do Hip Hop.

Lançado pela Death Row e distribuído pela Priority Records, The Chronic era o primeiro álbum solo de Dre. A saída do N.W.A. e da gravadora Ruthless Records não foi de forma amigável, inclusive a briga com Eazy-E gerou uma música que está no álbum. Se no N.W.A. ele era mais um, Dre tomou as rédeas de um projeto que no começo poderia ser considerado despretensioso. Embalado por rimas violentas, um balanço funky e batidas minimalistas, subsidiou o gangsta rap e o g-funk. Não é nenhuma heresia considerá-lo o grande percursor desses estilos.

Enquanto Nova York tomava a cena, juntamente à Snoop Dogg – seu pupilo e grande participante do disco – a dupla colocou LA no mapa com The Chronic. Desde a produção até as rimas, tudo foi perfeitamente orquestrado. O fato do álbum ser tão exaltado ainda 20 anos após seu lançamento deve-se à inovação na forma de fazer música: enquanto alguns rappers abusavam de samples, o doutor preferia tocar tudo ao vivo no estúdio. Algo simples, mas que ninguém havia feito, subvertendo as batidas, gerando instrumentais agradáveis de se ouvir que constatavam com rimas que iam desde à homofobia, passando pela relação promiscua com mulheres até a violência que assolava a região na época, além da maconha.

Ainda que tenha tido apenas 3 singles (Nuthin’ but a G Thang, Fuck wit Dre Day (And Everybody’s Celebratin e Let Me Ride), o disco foi um sucesso comercial. Até hoje Andre Young colhe os frutos desse trabalho, que não deve ser visto somente como um álbum, mas sim um marco. No processo de criação Dre conheceu Snoop. Com seu toque de midas, ele enfileirou aos anos  pupilos como Eminem, 50 Cent e mais recentemente Kendrick Lamar.

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Snoop Dogg foi o responsável por algumas letras, como Nuthin but a G thang e Let Me Ride. Alternando versos, Snoop foi um dos grandes trunfos do álbum. Mesmo que não seja visto como um rapper de ponta, Dre em nada deixou a desejar nas rimas. Considerado por Kanye West como o Quincy Jones do rap, se existe alguma palavra que pode definir Dr. Dre é: visionário. Tanto nos negócios quanto na música, ele sempre soube alinhar bem fazer dinheiro com a música. Ao produzir um álbum de forma totalmente inovadora, criou um clássico. Ao pensar a música de uma forma diferente criou seus Beats By Dr. Dre, que o fizeram o artista mais bem pago de 2012.

Se você é um estudioso do estilo e tem curiosidade de entender mais sobre música, The Chronic é o objeto perfeito para isso. Pode ser que Detox nunca vire realidade. Pode ser que Dre siga com a sua linha de Beats e se mantenha apenas na produção de seus pupilos. Podem passar mais 20, 30 ou 40 anos, mas os anos não irão apagar a sua marca na história da música. Ao fundir o funk com o rap e criar o g-funk, o doutor desbancou o rock e o pop da época e entrou para a eternidade. Sempre com um visão além da sua época, o que nos resta é agradecer por ter consagrado um estilo de música que hoje faz parte de nossas vidas.

(Confira meu blog: http://continuumspace.blogspot.com.br/)

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Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe