Diferente do artista que falamos na coluna Garimpando anterior, MC Breed explorou mais o mainstream, mas mesmo assim, é desconhecido por muita gente.
Vindo direto de Michigan, MC Breed foi o primeiro rapper de sucesso a sair do Centro-Oeste dos Estados Unidos. Com a carreira iniciada em 1990, em 1991, o rapper já lançava o seu primeiro disco junto ao grupo DFC, intitulado MC Breed & DFC. O sucesso foi instantâneo com a faixa Ain’t No Future in Yo Frontin’ atingindo a Billboard #100, e o disco sendo um dos discos de Rap mais procurados daquele ano.
MC Breed tinha um estilo próprio, mas usou muito do G-Funk na carreira. Depois do primeiro disco, e do segundo, o 20 Below, MC Breed soltou um dos seus discos mais famosos, The New Breed. Com duas colaborações de Tupac, o disco é até hoje um das melhores da sua carreira. Com produção de The D.O.C. e Warren G, The New Breed conseguiu agregar mais musicalidade ao som que Breed fazia. Destaque para a faixa Gotta Get Mine, com Tupac.
O mais interessante em Breed, era como ele conseguia se alinha em diversas cenas do Rap. Como já disse no post, ele foi o primeiro rapper do Centro-Oeste dos EUA a fazer sucesso, mas colaborou muito com rappers da Costa Oeste, tendo elementos do G-Funk extremamente usados em seus discos. Destaque para Funkafied, que foi o disco de Breed que atingiu a melhor posição em sua carreira, #9. Mistura de Rap e Funk notória, que conta até com a participação de George Clinton. Já em 1995, o rapper procurou uma sonoridade mais Dirty South com o disco Big Baller. Breed sempre teve o controle das produções dos seus discos, e claramente por isso procurava novas cenas para explorar musicalmente.
To Da Beat Ch’all (1996), Saucy e Flatline (1997), foram discos que soaram bastante parecidos, sem muito impacto em conjunto, mas com boas faixas sozinhas. Caso de To Da Beat Ch’all com Erick Sermon, e Rule No.1 com Pimp C e Kurupt, faixa que também sairia no próximo disco de Breed, It’s All Good de 1999. Esse projeto trouxe qualidade, além de Tupac em um remix de Gotta Get Mine e na faixa Gangsta Shit. A segunda, apenas com vocais do rapper morto em 1996.
A partir daí, a carreira de MC Breed não foi das melhores. The Thugz, Vol. 1 e Rare Breed (2000), foram discos descartáveis na carreira de um rapper tão talentoso. Em The Fharmacist de 2001, ele buscou um projeto para se reinventar, quase conseguiu. Let’s Go to the Club foi um tremendo sucesso nas rádios de Detroit, mas não conseguiu o mesmo no resto do país. Breed finalizou a sua carreira com o disco The New Prescription, lançado pela gravadora Psychopathic Records, criada pelo pessoal do Insane Clown Posse.
As trocas frequentes de gravadora certamente atrapalharam a carreira do rapper que em 1991 fez todo mundo balançar a cabeça ao som de Ain’t No Future In Yo Frontin. Em 2006 o rapper foi sentenciado a um ano de prisão por não pagar U$200.000,00 de pensão alimentícia. Em 2008, ele foi novamente preso pela mesma ilegalidade, mas dessa vez o valor era U$220.000,00. Em Setembro daquele ano, o rapper teve uma falha nos rins, acabando por respirar por aparelhos até Novembro, quando morreu. MC Breed tinha 37 anos, e nos deixou uma vasta coleção de projetos que passam por diferentes cenas do Rap, mostrando como ele curtia explorar seu talento ao máximo.
Ele estava trabalhando em um documentário sobre a sua vida, além de um novo disco, no qual iriam aparecer diversos rappers que foram frequentes colaboradores dele durante sua carreira. Sua última faixa foi Everyday I Wait, com os Outlawz.