De tempos em tempos os jogadores mudam mas o jogo continua o mesmo. O cenário tem se mantido quase igual, intacto, tirando algumas mudanças, pois com o passar dos anos, rappers entram, rappers saem, são presos e por aí vai. Estamos em um momento que me faz refletir muito: ao mesmo tempo em que Nas está prestes a lançar Life Is Good, GOOD Music a compilação Cruel Summer, nos deparamos com muitos hits e músicas dispensáveis. Existe uma enxurrada de lançamentos todos os dias, milhares de remix, mas poucos (ou quase nenhum) clássicos. Entre os clássicos, são os artistas clássicos. Muita produção, mas pouco conteúdo. Muitos hits, poucas músicas que marcarão época, pouco talento, muito dinheiro compensando pouco respeito.
Acredito que o maior exemplo dessa era ou geração, é Lil’ Wayne. Não tenho nada contra ele, deixe-me explicar: a decadência de Wayne contempla um estilo ignorante de rimar que é seguido ao pé da letra por alguns dos rappers da imagem acima. Wayne é a melhor e a pior coisa da YMCMB, representando bem os dois opostos da gravadora. Apesar de ter super astros, não tem lendas, e isso piora quando vemos que as notícias ultimamente tem sido mais sobre seu estilo de vestir do que a qualidade de suas músicas.
Mas isso tudo não é de todo mal. Por trás disso, acaba acontecendo uma normal valorização dos veteranos. Nas está num nível acima de todos e vem rimando bem, porém quando a comparação é com os outros rappers, fica evidente a diferença de qualidade. Até mesmo Eminem que não foi tão bem nos últimos dois álbuns se for comparado ao cenário atual, está muito acima. A valorização da cultura e da essência de artistas genuínos e verdadeiros ocorre de maneira natural, dando maior espaço a clássicos do que à hits, de lendas a rappers que brotam de uma hora para outra.
Vivemos um período de grande promoção de artistas antigos: 2Pac virou holograma, Ready to Die completou 18 anos, Jay-Z se mantêm bem na ativa, Nas irá lançar novo CD e Dr. Dre voltando a aparecer (aos poucos). Aquilo que é clássico se mantém, se renova e aquilo que é descartável, não irá se propagar por muito tempo restando apenas os grandes, as lendas e aqueles que se tornarão lendas. Onde há mal existe bem, e onde tem rappers ruins, tem rappers bons, precisamos dos ruins.