Notícias

Mixtape: Lester – Lestertape

By 24 de outubro de 2013 No Comments

817271477

Hoje apresento para os leitores do Raplogia, o trabalho de Lester. O cara vem com a sua primeira mixtape, a Lestertape, que se mostra um projeto bastante ousado para o cenário nacional. Entrevistamos ele, e postaremos aqui além do download para o projeto.

https://soundcloud.com/lesterdoc/sets/lestertape-vol-1

Para baixar o projeto, clique aqui e seja redirecionado para o MediaFire. Logo abaixo fique com a nossa divertida entrevista com o talentoso MC.

1. Lester, bem vindo a blog. Como de costume gostaríamos de saber seu primeiro contato com o Rap.
Opa! Obrigado pelo convite! Eu me sinto meio babacão falando de mim mesmo, mas vamos lá!
Eu sempre gostei de rap mesmo sem saber direito o que é rap. Quando pivete eu lembro que gostava de qualquer musica tosca que tivesse uma riminha no meio, tipo a “Butterfly” da banda Crazy Town (a musica é boa mas o clipe é gay pra carai). Eu me lembro de ver o Yo! MTV quando ele passava de madrugada de sábado, meu amigo Gordo e eu escutávamos o Espaço Rap na 105 fm, depois fui tomando gosto pela coisa até que já mais velho ganhei o The Eminem Show e aí descabei pro rap de vez.

2. Quais as grandes influências que tu teves durante o processo de criação do disco? Quais artistas e discos tu ouvias no período de gravação?
Esse disco demorou quase 2 anos pra ser feito, não por esmero ou por eu ser detalhista e minucioso demais, longe disso, ele demorou porque eu ficava longos períodos sem tempo pra gravar. E nesse período eu ouvi muita coisa, muita coisa mesmo. Sou muito influenciado pelo estilo de punchlines do Lil Wayne, pelo estilo introspectivo e o humor do Tyler, gosto muito do Tech N9ne, o Eminem de 2000 (o atual ta muito mocinha), acho o Black Alien um gênio, quando eu escutei Amiri eu pensava “filho da puta, eu queria ter feito essa rima!”…acho que da pra perceber algumas dessas influências nas minhas músicas. E durante o período de gravação eu escutei tudo que eu pude de rap nacional pra ver como a cena estava, então escutei Amiri, Emicida, Projota, Flow Mc, Marcelo Gugu, Costa Gold, VLNT, Helibrown, meu truta Nego E, Origame, Don L, o novo cd do MV Bill….cara, muita coisa. Alguns escutei só uma vez, outros eu ainda escuto até hoje.

3. Dá pra nos dar uma prévia do que vem daqui pra frente: como é a Lestertape? Como foi construída? Há uso de samples, punchlines, algo mais melódico, introspectivo ou mais ‘random’, livre?
Lestertape foi uma busca por equilíbrio, teve liberdade mas eu tinha medo de cair em uma zona de conforto. É meu primeiro trabalho então eu queria mostrar versatilidade, queria mostrar todas as minhas faces: as punchlines, o lado introspectivo, o humor, o lado sério que todo mundo tem e assim surgiu o disco. E ficou essa merda aí que vocês vão escutar. Muitos dos beats tem samplers. Gosto muito disso porque eu acho mando mal pra porra em refrão hahahaha.

4. Mais precisamente sobre a produção: tu deixastes na mão dos produtores, ficando somente com a parte lírica do processo?
Eu cuidei de tudo, da parte lírica e da escolha dos beats. Eu só consigo escrever ouvindo o beat, mas não sei produzir, então foi um garimpo da porra achar batidas que me fizessem sentir alguma coisa. Ta ligado Jay-Z no Fade of Black? Guardadas as devidas proporções era meio que isso.
Ficava madrugadas ouvindo mostruário de 50 beatmakers no soundcloud e isso é foda. Você entra em contato, o cara demora pra responder, tem beat que não cabia no meu orçamento, aí o cara mandava beat errado, você pedia alteração, é um processo demorado. Mas no final achei beatmakers de segurança que foram muito profissionais. Porra, teve beat que eu ganhei! Sou muito grato a todos. Cê pode achar minhas letras uma bosta, mas os beats tão legais pra caralho.

5. O desafio do primeiro disco/mixtape é muito grande, mas o que o sucede é ainda maior. Já pensas em um projeto futuro?
Engraçado que eu me sinto mais tranquilo pra lançar um próximo trabalho do que esse em si. O primeiro trampo é um termômetro, é tudo novidade.
Mas sim, já estou preparando um EP pro primeiro semestre de 2014 chamado “Ao Que Tudo Indica, Agora Vai!”
Já tenho 3 beats e to empolgado!

6. Qual foi o principal empecilho durante a produçao da Lestertape?
Com certeza foram os períodos em que eu não conseguia gravar. Me enrolei com dinheiro, precisava pagar os beatmakers, pagar o Nego E (rapper e dono da Artefato Produções), aí você junta isso com o trabalho e a faculdade.
Sem falar que minha agenda tinha que bater com a do Nego E na Artefato, e eles tão crescendo demais, ta corrido pra eles também, não podia chegar lá sábado 3 da tarde de bermuda tomando uma breja e falar “vamos gravar essa parada ae carai”. A seleção de beats também só retardou o processo. Então eu gravava 4 musicas num dia, ficava 6 meses sem gravar, gravava 3, ficava mais 4 meses, durante o processo gravei participações em musicas do parceiro de Curitiba, o Everton Vegaz também. Mas no final foi bom, porque se eu gravasse tudo de primeira eu não amadureceria algumas ideias e o cd ficaria bem chinfrim.

7. Mesmo que seja clichê, qual é a tua expectativa em relação a mixtape?
Malandro, eu to num cagaço da porra! Será que as pessoas vão parar escutar? Será que vão gostar? Vão pegar as referências? Será que estão esperando só um monte de piadinha besta? Eu não quero que escutem uma vez só por consideração e foda-se. Meu cu tá que não passa um fio de cabelo

8. Como tu vê o nível dos lançamentos deste ano? O que tem ouvido?
Pô, esse ano ta daora, todo mundo resolveu lançar um álbum. O nível ta ótimo, tanto o gringo quanto o nacional, apesar do Magna Carta ter sido meio bundinha. Até o cd do Drake ta bem loco. Eu ando escutando a nova mixtape do Flatbush Zombies, o novo do Drake e acabei de baixar a mixtape do Danny Brown. Nacional eu ando escutando a Ouça e Escute do Helibrown e o Trinca do Amiri e recentemente ouvi o novo do Emicida também. A cena tá a mil.

9. Tu apostastes em vídeos de divulgação. O roteiro foi escrito por ti mesmo?
Aham, eu que tive todas as ideias mas não coloquei nada no papel. Conversei com meu amigo Caio da Nurfilmes, a produtora independente dele e fizemos. Eu apresentava o conceito, a gente decidia como fazer e fazia. Ele fez um puta trabalho de edição e as “””atuações””” foram na maioria um grande improviso.

10. Quais outras influências fora do Rap que você tem? (Filmes, livros, artistas de outros gêneros)
Da até vergonha de falar, dificilmente eu vejo filmes ou séries…livros então…olha o que eu consumo: Ronald Rios, Eduardo Sterblitch, Hermes e Renato, Nerdcast, os videos do Poladoful, Kassen G, One Piece, programa Wild N’ Out e alguns gênios da internet como o SOS Jorginho. Mas quanto a musica aí eu vou alem, adoro Funk Carioca, quanto mais putaria melhor, eu amo Chitãozinho & Xororó, sem zueira alguma. Charlie Brown Jr antes de todo mundo ir pro saco era a melhor banda nacional, puta merda, meu sonho era conhecer o Chorão. Só tenho amigo pagodeiro, então conheço um monte de pagode, mas o que eu gosto mesmo são os pagodes dos anos 90, melhor fase da musica brasileira. Recomendo a todos o DVD de 25 anos do SPC que ta foda pra caralho.

Deixe seu comentário!
Share this...
Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe