No país de origem de Fat Joe, Big Pun e Daddy Yankee, o estilo musical soberano é o reggaeton. Inclusive, diversos MCs porto-riquenhos flertam com o gênero, como o próprio Yankee. Essa mistura está definitivamente no sangue dos artistas locais.
Mas o rap também bate forte na América Central e hoje eu mostro pra vocês os principais cantores de hip-hop em Porto Rico, tanto da velha quanto da nova geração. Vamo nessa!
Calle 13
Apesar de terem começado a carreira como um grupo de reggaeton, o Calle 13 firmou-se como um dos maiores conjuntos de rap em Porto Rico. O trio de irmãos formado em 2004 por Residente, Visitante e PG-13 já venceu 21 Grammys Latinos e três prêmios Grammy. Em 2011, gravaram uma parceria com a cantora Maria Rita na faixa Latinoamérica.
Com 5 álbuns produzidos, sendo os quatro primeiros pela gravadora Sony, Calle 13 possui letras satíricas e politizadas. Residente e Visitante já se manifestaram a favor da independência de Porto Rico, o que gerou bastante polêmica na ocasião.
A banda anunciou a separação em 2015 e fez a última apresentação oficial durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto.
Temperamento
Temperamento começou a escrever músicas em 1999, após vencer uma edição da Batalla de Los Gallos de forma surpreendente, ainda quando menino. Aos 10 anos de idade, foi morar em Rhode Island, nos Estados Unidos, quando conheceu o venezuelano Caracas Nel, que virou seu empresário.
Entre os trabalhos mais relevantes do artista, destacam-se os álbuns Cadena Perpetua, El Fin Del Mundo e EL M.E.J.O.R.
Em 2010, o rapper foi sentenciado a 27 meses de prisão por ser cúmplice de um assalto a mão armada. Ficou livre em 2011 e desde então, convertido ao cristianismo, canta músicas religiosas.
MC Ceja
Também conhecido como El Cejón (algo parecido com “O Sobrancelhudo”), por causa do formato de suas sobrancelhas, o rapper lançou o primeiro disco em 1996, chamado Luz Solar. MC Ceja tem ao todo 5 álbuns e 5 mixtapes, além de diversos trabalhos colaborativos.
Ativo no hip-hop desde 1990, suas músicas mais recentes possuem um estilo mais ligado ao trap, gênero que se popularizou bastante nos Estados Unidos, principalmente em Atlanta.
PJ Sin Suela
Pedro Juan Vázquez, ou PJ Sin Suela é um MC da nova geração que começou a fazer sucesso no SoundCloud. Curiosamente, ele também é formado em medicina pela Universidad Central del Caribe.
Fã de canções mais politizadas, como as de Residente, do Calle 13, PJ afirmou estar dedicado aos trabalhos musicais e o fato de não ter feito residência em medicina é um sinal de que a prioridade, ao menos por agora, é o rap. Mas, de acordo com o próprio artista, as duas profissões deverão ser conciliadas:
– Quero me dedicar um ano ou dois a fazer música. Porém eu sigo estudando.
O rapper, que lançou a mixtape Letra pa tu coco, possui 19 faixas disponíveis na internet e planeja lançar o primeiro álbum da carreira neste ano, ainda sem nome definido.
Mexicano 777
Embora o nome artístico sugira outra interpretação, Israel Perales Ortiz foi um rapper porto-riquenho e um dos pioneiros do hip-hop no país. Ganhou essa alcunha porque o pai é de origem mexicana. Com apenas 6 anos de idade, o dom da música foi descoberto por familiares do MC.
Ortiz teve o primeiro grande destaque ao colaborar na faixa Razor Sharp com Curly y Demus, no disco Boricua Guerrero EP.
A carreira de quase 20 anos foi marcada por 6 álbuns de estúdio e participações de peso do cenário internacional, como KRS-One e Fat Joe.
Infelizmente, Mexicano 777 morreu em julho 2015 por causa de um câncer na garganta, que estava sendo tratado desde 2010.
Outros nomes: Audri Nix, Vico C, Bryant Myers, Álvaro Díaz e Jazz Bandana.