Notícias

Pantera Negra: o filme dos periféricos

By 19 de fevereiro de 2018 No Comments

Depois de um tempo de hiato (meu último texto tinha sido aquele sobre Death Note), venho falar de outro filme: Pantera Negra.

Não sou nenhum crítico de cinema, mas sem dúvidas esse filme será um marco para os amantes da sétima arte, e principalmente para quem faz essa indústria acontecer. Não apenas por ser um dos poucos filmes de heróis negros que veio com grande destaque e investimento, mas por ser um filme produzido, atuado e dirigido por negros. A trama é bem encaixada, e o roteiro não desperdiça tempo tentando introduzir o espectador ao seu processo de construção, já que, a história já se explica e introduz ao contexto quem a assiste automaticamente.

pantera-negra-poster-elenco

Os personagens são muito bem construídos; Chadwick Boseman transmite muito bem a importância que seu personagem tem: rei de Wakanda e Pantera Negra. Lupita Nyong’o tem seu microuniverso próprio, com uma personalidade forte e poderosa física e mentalmente. Letitia Wright, que interpreta Shuri, irmã de T’challa (aka Pantera Negra), é responsável pelos “alívios cômicos” do filme, mas foge do clichê dos filmes de heróis, com falas sutis e bem naturais. Bem, não vou ficar falando de todos os personagens, senão o texto vai ficar gigante e você que tá lendo pode se surpreender menos ao ver o filme. Só vou falar de mais um personagem: Killmonger!

null

Michael B. Jordan (que ao lado do diretor Ryan Coogler, protagonizou Creed, que é outro filme foda que você precisa ver), desta vez nos entrega um dos melhores vilões já vistos. Killmonger, ou N’jadaka, é foda! Tem motivos muito justificáveis para ser o grande adversário do Pantera, e muitas vezes faz a gente se identificar mais com ele do que com o próprio herói. Sua origem é desconhecida na maior parte do filme, e seu momento vem só lá pro segundo ato, com o desenvolver da trama.

Talvez o ponto que o filme peca seja no embate final, com muito CGI, o que deixou o visual meio confuso – talvez tenha sido porque o 3D não ajudou (sou mais o bom e velho 2D) –, mas não é nada que atrapalhe o filme.

Agora vamos falar sobre a importância desse filme. Na moral, todo moleque pobre, com autoestima baixa e que não sabe muito sua importância no mundo deveria assistir essa obra. Desde as pequenas cenas ambientadas no subúrbio de Oakland, passando pela trilha sonora (produzida pelo monstro Kendrick Lamar) e chegando até as atuações, o filme dialoga com qualquer periferia no mundo. Inclusive, Michael B. Jordan se inspirou em Cidade de Deus no processo de construção de seu personagem; então essa identificação não é à toa.

Esse filme é uma injeção de ânimo e de esperança para os negros. É uma obra totalmente feita por negros e para negros, mas não faz com que as pessoas de outras etnias não entendam, e até se identifiquem com o filme. Enfim, assista Pantera Negra e aprecie essa grande obra do cinema (agora mais do que nunca) negro!

Deixe seu comentário!
Share this...
Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter