Abaixo, a tradução da matéria feita pela Complex contando a histórida da Maybach, sua relação com o Hip Hop e o por que de o gênero não pode ter salvado a marca de sumir do mercado… mais uma vez.
Rap de luxo. É assim que muitos descrevem o Watch The Throne de Jay-Z e Kanye West, aclamando o mais novo ‘modo de ostentação’ do hip hop. A dupla alistou Riccardo Tisci, diretor criativo da francesa Givenchy, para cuidar da direção de arte do disco, deixando-o dar um banho de ouro na capa do disco. Para o mais elogiado vídeo, o de Otis, Kanye e Jigga chamaram Spike Jonez para abordar aquela mentalidade selvagem de Jackass e dar um toque milionário nela. Eles dirigiram de forma imprudente, iniciaram incêndios. E o mais notável, foderam com um carro incrivelmente caro. É isso aí, eles destruíram um Maybach. Ao fazer isso, será que eles preveriam um futuro cruel?
Fundada em 1909, a Maybach nunca foi humilde. Nos anos iniciais da empresa, que foi liderada por Wilhelm Maybach, que era diretor técnico da Daimler Motor Group, focava em produção de motores. Primeiramente para os Zeppelins, e depois para aviões da Primeira Guerra Mundial. Em 1919, a Maybach começou a focar nos carros e começou e botar nas estradas alemãs, os carros mais opulentos, para quem podia pagar. A empresa botou para fora um modelo de carro por ano até 1945, onde durante a Segunda Guerra Mundial, a Maybach começou a produzir motores para tanques Nazistas e depois disso entrou em hibernação até o final dos anos 90.
A Daimler Benz ressuscitou a Maybach em 1997, debutando um conceito de carro no Tokyo Motorshow. O modelo foi designado para tomar o lugar sobre a Rolls Royce e a Bentley (as duas marcas são propriedades das duas rivais alemãs da Daimler, a BMW e a Volkswagem), A empresa prometeu customização total de dois veículos, o Maybach 57 e o Maybach 62 (os dois sobre a Mercedes S-Class), que irião sair no mercado em 2002.
A marca caiu no ouvido público em 2003, quando Jay-Z soltou seu nome na faixa Lucifer do The Black Album. Foi o inicio de um caso de amor do hip hop com o carro, ou pelo menos era o que parecia, tudo floresceu quando Rick Ross nomeou sua gravadora para Maybach Music Group em 2009. Enquanto rappers abraçavam o Maybach – Ja Rule por exemplo, tinha comprado um – a marca começou a se debater.
É claro que um Maybach não é caro como uma garrafa de Courvoisier ou Moet. E, obviamente, o alcance do rap em hábitos de compra dos ultras ricos não é dos mais fortes. Mas a Maybach falhou, diferentemente dos outros ultra luxos, e que regularmente são referenciados no rap (por exemplo, a Rolls Royce se gabou sobre 3,500 vendas de carros nos Estados Unidos em 2011 sozinhas… a Maybach vendeu mundialmente 600 carros no seu pico em 2002). Ela falhou, assim como nós que acreditávamos que o Hip Hop tinha mercado real não apenas no setor jovem.
O site automotivo The Detroit Bureau cobriu o fechamento da marca questionando se alguém fora da mídia notaria. A empresa morreu antes que e sem nenhum nome de comprador interessado. Mesmo com a publicidade grátis que é de quantidade notável que a marca ganhou.
As tentativas de promoção da marca não eram menos sutis do que as que o rap a proporcionava. Em 2010, a marca lançou uma parceria de dois anos com o artista Julian Schnabel que incluiu projetos na Art Basel e na Bienal de Veneza. Os dois eventos são pontos de peregrinação de ultra ricos, mas a colaboração parecia mais adequada para blogs do que para consumidores de verdade. Dado isso, será que a Maybach deveria chamar Rick Ross? Ou Kanye West?
Artístico, com pontos altos e baixos mesclados. O carro destruído em Otis, chegou a casa de leilões Philips du Pury em Março. Estimado em 100,000 dólares (com o dinheiro arrecado indo para a fundação Save The Children), o preço final após baterem o martelo foi de 60, 000 dólares.
A Maybach não desafiou a Bentley ou a Rolls Royce, e sua existência foi claramente deixada em incógnita pela Daimler-Benz. 1000 vendas poderiam ter matido a marca. Mas ao invés disso, ela atingiu 100 vendas. Este caso contradiz as afirmações de Steve Stoute, até certo ponto, e sugere que nenhuma cultura onde há uma certa quantidade de ostentação, pode se associar e impulsionar uma linha de ultra-luxo. Mesmo em uma “nova”, e bilionária economia rica.