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Raplogia Entrevista: Adonai MC

By 14 de maio de 2015 No Comments

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2015 é um ano diferente e cheio de desafios para Adonai. O MC de São Paulo saiu do grupo em que conquistou seu espaço, o Costa Gold, e hoje parte em carreira solo. São novos desafios para o MC de 26 anos recém completados. O Raplogia falou com ele por meio do nosso autor Raul Marques, que foi super bem atendido por sua assessoria e recebeu uma ótima atenção do artista. Nosso papo passou pelos primeiros contatos dele com o Rap, o que motivou a sua saída do grupo, além de sua atual carreira, falando sobre futuros projetos e as diferenças entre a carreira solo e a em grupo.

Ao fim da entrevista você pode ver uma prévia exclusiva do novo som do Adonai, assim como sua nova marca. Boa leitura!

1. Em primeiro lugar, é um grande prazer entrevistá-lo, Adonai. Vamos começar com uma pergunta que sempre fazemos aos nossos entrevistados, não importa o tema. Quando foi o seu primeiro contato com o Rap?

Adonai: Obrigado também a vocês pelo convite. Meu primeiro contato com o RAP foi algo bem relativo na minha juventude. Até os meus 15 anos eu limitava o meu gosto musical, como fui bem rockeiro maluco quando mais jovem, via alguns ouvintes de rap me zuando pelo meu jeito de me vestir ou até mesmo pelo comprimento do meu cabelo. Isso me fez ter um certo preconceito pelo RAP tradicional daqui (Racionais, Facção, Realidade, etc…), mas o meu primeiro contato positivo foi quando eu escutei o som “Largado” do DeLeve, isso me fez ampliar a visão. Outro som que abriu mais ainda a minha mente a ponto de trazer uma maior conscientização social foi “Um Homem na Estrada” do Racinais MC’s, depois Kamau, Contra-fluxo, foram o meu norte de identificação que a partir daí me despertou interesse em conhecer as batalhas de rima, que me levou direto pro Santa Cruz, pode-se dizer que esses primeiros contatos foram os essenciais para me envolver com o RAP da forma que me envolvo hoje.

2. Você encara um novo desafio: sua carreira solo, uma nova fase na sua vida. Hoje, um mês e algumas semanas após sua saída do grupo, olhando o que você deixou para trás, você sente que fez a escolha certa?

Algo que é muito importante deixar bem claro, é que eu não queria sair do grupo. Foi uma decisão consentida por maioria, foi aí que eu notei que as identificações de idéias já não eram mais as mesmas e quando o grupo se formou, os valores já não eram os mesmos. Diante da decisão, e de tudo isso que comecei a analisar a um certo tempo, juntando também os desencontros de idéias que estavam rolando, achei que realmente foi o melhor a ser feito. Tenho muito à agradecer por tudo que agreguei e construí no Costa Gold, fez parte do meu amadurecimento e aprendizado musical, porém artisticamente falando também estava me sentindo um pouco limitado. As identificações de escrita entre mim e os demais tava começado a perder o entrosamento nas novas criações. Confesso que fiquei chateado por ter saído, mas acredito no poder da mudança e da transformação, e sei que nada disso foi por acaso. As coisas acontecem porque precisam acontecer. Essa é a oportunidade  de eu trabalhar mais a minha identidade musical, e assim dar a chance para aqueles que sempre acompanharam meu corre me conhecerem melhor.

3. Você está em carreira solo, mas uma trajetória como a sua deve ter herdado bons contatos para te ajudar nessa nova fase. Como está a sua equipe e com que estrutura vocês trabalham?

Hoje tenho uma equipe de assessoria que está me ajudando a firmar minha identidade visual dentro do mercado da música sem fazer com que eu perca a minha essência e é composto por desde amigos de longa data à respeitosos ouvintes que sempre acreditaram no meu trabalho e na minha escrita. São pessoas que por acreditarem no meu potencial, fazem com que eu amente o mesmo. Ainda estou acertando alguns detalhes, mas ja está praticamente certo também de que o DJ Palazi (ja tocou com B.L.U.N.T., A4DRILHA, VALENTE, entre outros) fará parte de nossa Equipe para me auxiliar nos palcos. Outros aliados muito importantes a serem citados aqui são o meu mano Scooby que está assinando boa parte das produções do Disco e o Dubodi Indigente, irmão de algumas datas já que tem me auxiliado em algumas produções e na direção do disco.

4. Para a surpresa de alguns, sua saída foi comunicada de maneira bem tranquila. Você ainda tem contato com os membros do Costa Gold?

Sim tenho, menos do que de costume agora, mas o respeito prevalece, afinal, ainda somos da mesma fraternidade (DMC).

5. Logo após a comunicação da sua saída, você soltou, em sua rede social, uma carta de esclarecimento que deixou claro que “não houve tretas ou desavenças”. Você afirma, contudo, que houve desentendimentos, apesar de considera-los normais. A quais desentendimentos você se referiu?

Houve uma discussão de problemas pessoais entre mim e um dos MC’s, mas isso  foi só a gota do copo que transbordou diante de tudo que eu já citei respondendo a segunda pergunta. É como o rompimento de um relacionamento forte, quando algumas idéias já não batem, deixam algumas cicatrizes, mas evito guardar ressentimentos. Como eu disse, o respeito prevalece.

6. Desde a saída, vemos um Adonai mais ativo nas redes sociais, divulgando projetos solos antigos e falando de projetos novos. Você mudar de estilo, ou pensa em continuar na mesma pegada que tinha no Costa Gold?

Não mudarei de estilo, só mostrarei um Adonai que se mocou muito no Costa. Quem me acompanhar agora verá um pouco do que eu já fazia lá, mas conhecerá um lado artístico meu que trabalho a muito tempo. Ainda levanto a bandeira do RAP, mas de maneira alguma me apegarei à rótulos.

7. Você menciona o seu processo de criação artística na carta. Fale um pouco sobre ele. Como você escreve?

Esse é um fator importante a ser mencionado. Dentro do grupo, as vezes, eu precisava acelerar este processo, por conta dos cronogramas e do ritmo que os  demais possuíam. No meu projeto solo não senti a necessidade de me cobrar o mesmo ritmo, estou criando de forma mais tranquila e isso está me fazendo bem, sem pressão as coisas fluem naturalmente. Minhas composições são trabalhadas de forma progressiva as vezes, não é sempre que tenho o costume de terminá-las no mesmo dia em que escrevo, gosto de reavaliá-las, questioná-las para que a mensagem seja firme e concisa.

8. Você é mais um dos guerreiros que escolheu andar no caminho do rap independente. De início era acompanhado por Predella e Nog, mas agora você escolheu seguir carreira solo. Dá pra ver alguma diferença como artista?

Sim, no ramo da música em geral, mas principalmente no RAP independente, o que diferencia um artista para o outro é a vivência e o conhecimento. Eu tenho um projeto de grupo e um nome para o mesmo, mas não revelarei no momento e as novidades em relação a isso só saírão no final do ano, eu acho. Por enquanto, vou focar nesse disco solo, que vai justamente firmar minha identidade como Artista, após isso darei andamento a esse projeto, mas até então, sem pressa.

9. É claro que os fãs esperam muita coisa de você nessa nova caminhada. Mas talvez o mais importante, na verdade, é sabermos: o que você espera da nova fase, se é que espera alguma coisa?

Só espero manter a oportunidade de continuar cantando por aí, tudo que eu tenho
pra passar nesse novo projeto é muito relevante. Estou focado na mensagem, mas preocupado com o ritmo, com o swing e com a melodia, com participações incisivas, parcerias de verdade.

10. Acabamos a entrevista por aqui. Deixo esse espaço à sua vontade. Se quiser dar algum recado para os fãs ou dar um salve especial a alguém, pode falar agora. Saiba que o Raplogia estará sempre de portas abertas para você, para fortalecer no que for. Um grande abraço!

Primeiramente, gratidão a toda a equipe Raplogia, pelo espaço também, essa é a oportunidade de deixar esclarecido algumas dúvidas que muitos ouvintes ainda tinham em relação a minha saída. Quero agradecer também, do fundo do coração, aqueles que me mandam mensagens todos os dias, acompanham nas redes sociais e me cobram os trabalhos novos. Continuem me cobrando, vcs merecem o melhor, sejam exigentes com todos aqueles que vcs admirem, caso contrário nunca teremos em quem se espelhar. Nós!

Agora fiquem com uma prévia do novo trabalho do Adonai, ao fim do vídeo, você poderá ver a nova marca do MC, que esperamos que fica em bastante evidência esse ano. Confira:

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Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe