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Raplogia entrevista: De Leve

By 9 de setembro de 2014 No Comments

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Desde que De Leve voltou ao jogo com a faixa Estalactite, senti uma boa vibração vindo dele. Alguém que está passando por desafios e os batendo como se fosse Muhammad Ali, merece o meu respeito. De Leve voltou, e trouxe com ele toda a legião de fãs. De Leve se popularizou pelo seu estilo ácido nas rimas, fazendo críticas no ponto certo de modo sarcástico com uma tremenda qualidade. Cabeça do antigo grupo Quinto Andar, o rapper passou por drama pessoais – seu filho foi diagnosticado com autismo –  e entrou em um “hiato” de alguns anos, deixando os fãs com seu último trabalho, De Love. Tive a honra de entrevistá-lo em uma entrevista que aconteceu por email, e que fala sobre um pouco da vida dele antes e depois desse hiato; contato com Rap e coisas do tipo. Aproveitem.

1. Salve, De Leve.  Temos uma espécie de ritual quando se trata de entrevistas no blog, sempre começamos perguntando como foi a primeira experiência do nosso entrevistado com o Rap. E não poderia ser diferente com você. Como e qual foi o teu primeiro contato com o Rap?

O Rap entrou na minha vida por meio do basquetebol. Ao ver filmes de basquetebol com suas edições vibrantes e Rap bombando na TV. E também a convivência com o pessoal do basquete, que ouvia esse tipo de som. Mas posso dizer que o Rap entrou um pouco antes disso, ao ter contato com o chamado Funk Carioca, que na época era diferente do que é tocado hoje em dia. Eu ia nos bailes e já curtia uma batida eletrônica.

2. E as suas principais influências, quem são?

Eu poderia citar muita gente. Desde os anos 90 até hoje. Costumo dizer que tudo passa e acaba, deixando marcas na gente. E a gente passa a ouvir (e fazer parte de sua influência) desde então. Por isso, cada dia mais gente fica nesse hall de me influenciar. Acho que muita coisa além da música me influencia. Andar nas ruas e ver as coisas da cidade me influenciam bastante.

3. Podemos ver que sua nova música de trabalho, Estalactite, tem um significado muito grande por trás. Como surgiu a ideia da música e a ideia de voltar do hiato?

Minha esposa me pilhou bastante para eu fazer esta música. A ideia foi dela. Ela achava que eu tinha de falar sobre isso e assim foi. Hesitei bastante para fazê-la, mas gostei muito. Não foi uma ideia “voltar depois de um hiato.” O hiato foi necessário e voltar foi natural. A vontade de fazer o que eu sei fazer e influenciou tanta gente sempre esteve comigo e parar não foi uma vontade, foi uma necessidade.

4. Você acompanhou o Rap nesses anos distante dele? E para você, algo mudou?

Sim. Mudou bastante. Profissionalizou-se bastante, e o pessoal sobre aproveitar. A questão da faculdade do audiovisual que se viabilizou bastante durante a época que “fiquei de fora” e a invasão de uma nova geração de ouvintes também é notável.

5. Ainda falando do cenário… existe algum MC que surgiu nesse tempo que você está gostando bastante?

Sim. Vários! O Rincon Sapiência não surgiu bem nessa época, mas um dos que gosto bastante. Gosto do MC Maromba também.

6. Podemos dizer que você foi um dos primeiros rappers a disponibilizar trabalhos na internet, e usar ela como divulgação. Hoje isso é bastante normal. Naquela época, você já via a internet com esse potencial imenso no mercado musical?

Claro que sim, não é a toa que pulamos em cima da internet e espalhamos o nosso trabalho pelo Brasil inteiro e viajamos bastante.

7. Acho que todo fã quer saber como anda o Ramon, não o De Leve. Você passou por algumas atribulações, nossa pergunta é: como você lidou com isso tudo?
Ah, mano. Eu fiquei bem mal. Mal mesmo. Deprimido. Tomando remédio e essas merdas. Maior merda. Sem dinheiro, o estado com essa saúde era uma merda, sem oferecer muito a pessoa que precisa do sistema… enfim, não tinha muito como ficar tranquilo ou um pouco conformado. Você fica triste, puto, cansado, deprimido, exausto… decidi continuar minha caminhada da forma que der. Espero que rimando.

8. Você pretende lançar um novo EP esse ano, certo? Conte-nos um pouco sobre o processo de criação desse projeto.

Pretendemos fazer sair um vídeo sobre isso.

9. Em tempos de reuniões de antigos grupos, não se falou nada sobre a volta do Quinto Andar com alguns dos antigos membros?

Não.

10. Para finalizar, a pergunta mais esperada… o que que nego quer? Um abraço De Leve!  Fique livre para deixar mensagem para os fãs. Um grande obrigado de nós do Raplogia!

Nego quer que a lenda volte pra Fabíola com seus miojos de baixo do braço para poderem curtir de Monza fumando um… Lucky Strike!

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Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe