Se rap underground é o seu interesse, essa entrevista é para você. Direto da Zona Sul do Rio de Janeiro, o Raplogia traz uma entrevista com o pessoal do PensoAtivo. Batemos um papo agradável sobre os desafios de ser um grupo independente e sobre qual postura eles mantém para atingir seus objetivos. Como dizem: “é força pra superarmos dificuldades”. Basta conferir!
1. Primeiro um salve para a galera do Penso Ativo. Vamos começar apresentando o grupo: como e quando ele surgiu?
O PensoAtivo surgiu como uma brincadeira de amigos que gostavam de REP e de rimar. A brincadeira foi evoluindo e em meados de 2011 resolvemos por no papel as rimas que fazíamos. No começo eramos 6 integrantes, que logo se tornaram 2 (Correia e Dan) e a partir daií a coisa foi se tornando séria, fomos descobrindo e aprimorando nossas aptidões para a escrita, até o ponto em que notamos que efetivamente a música era o que nos fazia vibrar e reafirmava nossa existência nesse plano. A partir dai a escolha já havia sido feita, o processo naturalmente foi evoluindo e logo já não tínhamos como voltar. Resolvemos viver disso e estamos na batalha até hoje, e até o fim, para construir algo belo e relevante.
2. Nossa pergunta de sempre: qual foi o primeiro contato de vocês com o Rap?
Nosso primeiro contato com o REP foi com a escola mais clássica do REP brasileiro: Racionais MC’s.
3. Aproveitando a última pergunta, quais artistas vocês diriam que mais influenciaram o trabalho do grupo? Há algum ídolo em especial que queiram falar sobre?
Nós somos uma banda com influências plurais, de Chico Buarque à Charlie Brown, de Cartola à Sabotage. São muitos nomes e estilos que nos influenciam, em cima disso buscamos construir uma banda aberta e disposta a transcender barreiras carregando a bandeira do REP.
4. E o nome “PensoAtivo”? Como surgiu a ideia?
O nome PensoAtivo surgiu em duas partes. Primeiro veio o “Ativo”, queríamos algo com “Ativo”, pois esse termo traduzia todo nosso anseio por expressão. Algo como marcar uma posição. O “Penso” vem do nosso entendimento que o pensamento pode criar e transformar tudo. Primeiro se pensa, depois se projeta o pensamento na realidade concreta. Se soubermos “pensar ativamente” ou “proativamente” chegaremos na construção de algo novo e positivo.Através da junção desses dois fatores chegamos no “PensoAtivo”, um nome que nos representa de forma perfeita.
5. Sabemos que vocês, como qualquer grupo de rap independente, começaram sozinhos na correria. Perguntamos: qual o maior desafio para um artista independente, na opinião de vocês?
Ter força suficiente para não se deixar derrubar pelos problemas. Os problemas são MUITOS!
6. A faixa “Ela Rafa Ela” chegou a 100 mil visualizações no YouTube. Como um grupo independente, o que isso significa para vocês?
O sucesso dessa música representa que estamos seguindo o caminho certo. Foi um trabalho onde não reunimos muito capital para investir, mas por outro lado conseguimos nos superar na dedicação e no amor. Para a arte independente, um trabalho fazendo sucesso, funciona como um grande incentivo para seguir na caminhada em busca da realização de sonhos. É força para superarmos as dificuldades.
7. Grupos independentes encontram seu maior desafio na qualidade do conteúdo produzido, e o Penso Ativo tem mostrado uma boa qualidade. Qual a estrutura de produção do grupo atualmente? Vocês têm algum estúdio?
A cerca de dois anos migramos para uma formação com banda, a partir disso sentimos a necessidade de encontramos estúdios profissionais para a gravação das músicas.O processo funciona da seguinte forma: Reunimos o capital a partir dos nossos esforços pessoais e partimos para produzir, geralmente fazendo pacotes de 2 ou mais trabalhos. É necessário entendamos que o mercado musical hoje em dia é cada vez mais exigente, para conseguir inserir o seu trabalho nessa cena é preciso cada vez mais investimento em profissionalização, do que se produz. Ao longo de nossa caminhada temos aprendido que é melhor gravar duas músicas com uma boa produção, do que vinte em baixa qualidade.
8. Vocês são do Rio de Janeiro e foram estudantes do Colégio Pedro II, no Humaitá. Esse fato influenciou a escolha de vocês pelo caminho da música?
Com certeza! O Pedro II foi o primeiro lugar onde fizemos um show, nosso primeiro e um dos mais importantes palcos. Os amigos e amigas do colégio também sempre foram alguns dos maiores incentivadores da nossa banda. Além disso toda nossa vivência dentro da instituição nos deu muita base para construção da nossa arte.
9. Para terminar essa entrevista, quais os planos para o futuro do grupo? Estão trabalhando em algum projeto?
Nesse momento estamos iniciando o processo de divulgação para o lançamento da música “Reggae das coisas bonitas”, um trabalho que faz parte do projeto de introdução ao nosso álbum “Da razão para o sentir, da lógica para o amar”. O álbum ainda não tem previsão para ser lançado, mas o que podemos adiantar é que será um trabalho que ressaltará em cada uma das faixas a importância dos sentimentos humanos. Musicalmente nós vamos ultrapassar barreiras. O REP vai passear por estilos diferentes e isso formará a identidade de nossa banda a partir de agora. Além do grande projeto do álbum, estamos preparando um vídeo-clipe muito especial para a música “Ela Rafa Ela”, que em breve será detalhado em nossas redes sociais.
10. Foi um prazer entrevistá-los! Se quiserem, usem esse espaço para mandar um recado para os fãs ou para alguém em especial, fiquem à vontade. Que fique claro que o Raplogia estará sempre de portas abertas para vocês. Um grande abraço e muito sucesso!
Para finalizar gostaríamos de mandar um grande beijo no coração de todos os que vem nos apoiando nessa caminhada, sem vocês nada do que estamos conquistando seria possível! Juntos formamos a Família PensoAtivo! Paz e pensamento ativo!