A carreira de JAY-Z sem dúvidas é uma das mais bem sucedidas do hip-hop. Mas você sabe onde tudo começou?
25 anos atrás, mais precisamente no dia 25 de Junho de 1996, o rapper nos presenteou com um dos maiores discos da história: “Reasonable Doubt”.
Após um grande imbróglio com gravadoras, o rapper tomou para si a responsabilidade de lançar o disco através de uma gravadora própria, a Roc-A-Fella Records. O mito de JAY-Z começou no exato minuto em que ele decidiu construir um império próprio e pequenos passos para se tornar, 25 anos depois, o artista que nós conhecemos.
No dia do aniversário deste clássico, o Raplogia traz para você – além de um conteúdo especial no Instagram contando a história do disco -, quatro momentos em que “Reasonable Doubt” foi grandioso.
1) Colaboração com The Notorious B.I.G.
O Brooklyn é um bairro com grande influência no hip-hop desde sua criação. Se formos trazer uma lista, além de JAY-Z e Biggie, temos nomes como: Mos Def, Talib Kweli, GZA, Big Daddy Kane e ODB. A água do condado nova-iorquino parece ser de qualidade e dá super-poderes em rimas.
Mas, sem dúvida, os dois principais nomes do local trata-se de JAY-Z e Biggie. E o melhor é que a amizade dos dois nos gerou alguns sons clássicos… como “Brooklyn’s Finest”, do “Reasonable Doubt“.
A terceira faixa do álbum é uma troca de versos extremamente competitiva entre Shawn e Christopher. Karrem “Biggs” Burke, co-fundador da Roc-A-Fella, revelou em entrevista anos depois que nenhum dos dois artistas havia escrito suas rimas no papel.
2) Time de Produtores
Al Pereira
Em um conceito iniciado anos atrás e com grande influência de “Illmatic“, de Nas, o time de produtores de “Reasonable Doubt” é extremamente talentoso e todos casaram de maneira perfeita com a temática do álbum.
Clark Kent, Knobody, Ski Beatz, DJ Premier e Irv Gotti são alguns dos nomes envolvidos no projeto. Kent e Preemo estão envolvidos em mais de duas músicas e dão o tom em inúmeras faixas. Certamente o disco não seria o mesmo sem a presença de ambos.
3) “Ain’t no Nigga” e a transferência para a Def Jam
Jonathan Mannion
Entre os quatro singles do projeto, “Ain’t No Nigga” é o mais comercial. Com participação de uma jovem Foxy Brown, a faixa trazia um dueto que falava sobre sexo e relacionamentos infiéis.
O som encontrou um resultado comercial muito bacana e apareceu na trilha sonora do clássico filme de Eddie Murphy, “The Nutty Professor” (1996).
Foi essa faixa que fez com que JAY-Z se movesse para a Def Jam um ano depois para iniciar uma série de discos sob a tutela da gravadora – que durou até 2007, com “American Gangster“.
Nick Raphael, A&R da Sony BMG disse em entrevista que “recebeu um CD e o vídeo da música e disse que ficou louco para assinar com o rapper“.
4) A temática
Atsuko Tanaka
No final dos anos oitenta e por grande parte da década seguinte, o subgênero do mafioso rap tornou-se muito comum entre rappers da Costa Leste dos Estados Unidos. Com o crescimento do gangsta rap no oeste, o mafioso rap surgiu como uma contraparte desse gênero, obtendo enorme popularidade entre artistas de Nova York.
Referências ficcionais de filmes como The Godfather (1972, Dir. Francis Ford Coppola), Goodfellas (1990, Dir. Martin Scorsese), Scarface (1983, Dir. Brian De Palma) e Once Upon a Time In America (1984, Dir. Sergio Leone) eram frequentemente ouvidas nos headfones dos fãs de nomes como Kool G. Rap, Nas, Biggie e… JAY-Z. “Reasonable Doubt” é um dos grandes expoentes desse subgênero.
Desde a capa do projeto até as letras, JAY-Z conseguiu criar um disco que é a personificação desse estilo. Além disso, ajudou muito o talento do artista para criar rimas cinematográficas misturando sua realidade como traficante nos anos oitenta e a ficção dos grandes filmes sobre o crime organizado. Além disso, o rapper possui uma grande presença e conseguiu misturar muito bem o mainstream com o underground de NYC.
Já comentamos aqui como o filme Scarface influenciou rappers de toda uma geração, e JAY-Z com “Reasonable Doubt” é sem dúvida um deles.
O disco é um marco enorme para a cultura, tanto como um ótimo projeto tanto quanto o trabalho que trouxe de vez JAY-Z para o cenário. Conte para nós nos comentários, qual seu som favorito do disco?
