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Review: Emicida Ao Vivo em Bragança Paulista

By 24 de novembro de 2014 No Comments

Moro no interior de São Paulo, apesar de não ser em uma cidade distante da capital é bem raro algum evento musical que não seja de sertanejo universitário acontecer por aqui. Então quando soube que iria rolar um show do Emicida na cidade vizinha, pelo Mês da Consciência Negra e de graça, já comecei a me preparar para tal noite.

Mesmo não acompanhando o rapper de perto desde 2011, ele foi importantíssimo na tarefa de fazer eu me interessar pela cena hip hop brasileira, e presenciá-lo ao vivo era como um unfinished business pra mim.

Após pegar os devidos ônibus cheguei no local do show por volta das 21h, horário para qual estava marcado o início da apresentação. Como haveriam outros shows antes do mais esperado da noite, resolvi sentar na simpática grama da Praça do Matadouro com meu amigo Anderson Xanxo (salve!). Mal deu tempo de sujar nossos jeans e já se pôde ouvir um anúncio dizendo que o rapper logo subiria ao palco, não demos muita bola até que vimos uma movimentação e chegamos a conclusão: “puta merda, já é o cara!”.

Corremos pro palco, enquanto ele começava o show com Cacariacô. Avistei o tal Emicida e sua banda, DJ Nyack trajava uma camiseta do Parteum. Me estabeleci em meio ao público, um pouco perto do palco, quando ele começou a cantar Triunfo, seu primeiro grande hit, a primeira música que conheci dele e uma das mais esperadas por mim. Foi uma versão meio soft, acompanhada por tambores, algo que falhou em animar o público em geral. Mas essa desanimação logo foi quebrada quando ele tocou uma mais recente. Hoje Cedo fez todos cantarem junto e vibrarem, mostrando que poucos ali realmente conheciam o Emicida da época em que ele mordia cachorros.

Acompanhado de um sampler em mãos, o rapper arriscava uns beats simples no meio das músicas e entre elas. Certa hora começou a afundar o dedo no equipamento e logo a banda deu início a Rua Augusta. Me animei e imaginei que todos ao meu lado reagiriam da mesma forma. Estava errado. Mas foi o de menos, pra mim este foi o ponto alto do show, alguns do meu lado até se animaram ao longo da música e isso foi bem legal.

A partir daí eu já estava meio… alto (desculpa, mãe) e não consigo lembrar exatamente do tracklist do show. Ele resolveu mandar “uma das antiguidades” e já saiu mandando em alto e bom som “E-M-I-C-I-D-A” por cima do beat pesado da música, erguendo instantaneamente a plateia ali presente. I Love Quebrada foi tocada na mesma levada que Triunfo. Novamente com pouca reação vinda do público e novamente ele quebrou isso mandando algo novo. Zoião, Zica Vai Lá e Gueto botaram todos pra gritar e há de admitir que o menino Leandro conseguiu manusear bem um público relativamente fraco. A faixa País do Futebol (vai segurando!!) também teve seu espaço, com Nyack mandando os versos de Mc Guime e mandando muito bem.

Após pouco mais de 1h de show, Emicida teve uma tarefa difícil: conseguir botar o povo bragantino para cantar o começo de Ubuntu Fristaili, talvez pelo excesso de vinho-de-garrafa-de-plástico no sangue do público era difícil ouvir apenas um “axé pra quem é de axé…” vindo da audiência. Eu fiz minha parte e o rapper disse que tava meio “quadradão”; eu concordo.

O show teve seu final com Emicida prestando uma homenagem ao lendário Jair Rodrigues, que nos deixou esse ano. No público alguns acharam foda e vibraram (respect), outros não sabiam muito bem do que se tratava. Fiquei um pouco envergonhado e quis até pedir desculpas ao rapper que claramente deu o seu melhor em cima daquele palco.

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Joe

Joe