Um dos artistas que mais se destacaram no ano se chama Fetty Wap. O rapper chamou atenção pela sua música e pelo seu olho – retirado cirurgicamente quando o rapper era criança graças a um glaucoma. Atingindo a cena em cheio com o seu hit Trap Queen no final do ano passado virando sensação na internet e se tornando um dos artistas mais emergentes do cenário, Fetty lançou o seu disco homônimo em setembro de 2015, trazendo um projeto sem muitas pretensões e nada fora do que imaginávamos.
O projeto Fetty Wap é um disco tecnicamente simples, feito por Fetty sem muito luxo. Os produtores e as colaborações são extremamente desconhecidos. Nove faixas contém a participação do amigo do rapper, Monty, que não se mostra muito talentoso e acaba estragando algumas delas. O barato do projeto é ouvi-lo sem pretensões, como apenas um entretenimento.
Misturando de maneira perfeita o R&B com o Trap, o disco traz singles divertidos e com a cara de hits. Todas as músicas de trabalho se saíram bem nos charts americanos, fazendo de Fetty a sensação do momento. Fetty não canta bem, mas arrisca vocais sintetizados que não atrapalham a nossa experiência.
O ponto fraco do projeto se trata da repetição. Ouvi-lo seguidamente faz parecer que estamos a ouvir uma só faixa. A produção não varia, e as adlibs presentes nelas são repetidas exaustivamente dentro dos 64 minutos que o disco tem. Após terminá-lo, é possível que você saia por aí soltando: “Squaaaad”, “Remyyyy… Boyz!”, “1738”. Os temas também não são criativos, mas são legais. Fetty fala bastante sobre relacionamentos que atravessam a linha da legalidade, e fala das ruas.
O disco não deve sair em listas dos melhores projetos do ano, afinal, 2015 foi um ano e tanto, mas está longe de ser ruim. O rapper provou que é um dos melhores hitmakers do momento. Fetty Wap surpreendeu por não ser um álbum que apenas usa os orçamentos da gravadora para lançar hinos de rua fracos e sem propósito. É divertido, e essa já é uma boa pedida para ouvi-lo.
SQUAAAAAAD…