Completam-se hoje exatos 42 anos que o rapper e produtor Eminem nasceu em Missouri. A originalidade dos beats em que Marshall Mathers cospe seu talento é conhecida mundialmente. Quem não conhece a introdução da famosa “Lose Yourself” (2002), que rendeu ao astro nada menos do que um Oscar? Foi pensando nessa faixa e em muitas outras que o Raplogia te traz esse post, analisando as batidas mais bem sucedidas do rapper. Divirta-se:
- Começamos com “Stan” (1999), aquela música que retrata um fã obsessivo mandando cartas ao rapper. O refrão é tirado das primeiras estrofes de “Thank You” – Dido, também de 1999. O sample que pode ser ouvido nos versos vem de um corte dos primeiros segundos da mesma música. Quem a produziu foi o próprio Eminem e o produtor 45 King. Ao ouvir as duas, fica claro que uma forte bassline foi adicionada em estúdio para dar mais corpo ao som. O curioso nessa batida é que é possível ouvir uma chuva no fundo. À medida que a música vai avançando, Stan – protagonista da música – vai perdendo a sanidade, a chuva vai se tornando uma tempestade, em sincronia com o estado mental do personagem. O nome “stan” no meio do rap tornou-se uma gíria usada para classificar alguém como fã obsessivo de algum artista.
- A já mencionada “Lose Yourself” (2002) é motivo de discussão entre o meio da produção de rap. O beat, considerado um dos melhores já feitos no hip-hop, foi produzido pelo próprio Eminem e seus amigos produtores Jeff Bass e Luis Resto. Alguns defendem que não há sample algum na faixa. Outros, no entanto, defendem que certos elementos de fundo trazem à memória “Kashmir” (1975), de Led Zeppelin. Pessoalmente, me enquadro no primeiro grupo. Não encontrei nenhuma evidência de que há um sample propriamente dito, então eu discordaria com a ideia de que o beat contém trechos sampleados de outras faixas. Além disso, estamos falando de elementos de fundo. Os pianos e cordas imediatamente reconhecidos por qualquer fã nada tem a ver com Kashmir. Tem até mais a ver, aliás, ainda que em grau sutil e menor, com “10:15 Saturday Night” (1979), do The Cure. Portanto, eu diria que não há samples para o beat, apesar de ele contar com influências claras de certas faixas de outros gêneros.
- “My Name Is” (1998) tem o sample de “I Got The…” (1975) – Labi Siffre. Ao contrário da maioria das produções, não são os segundos iniciais da faixa que dão origem ao corpo do beat. O trecho que Dr. Dre pegou para eternizar entre os snares e kicks aparece após 2 minutos e 30 segundos de música. Alguns elementos foram adicionados em estúdio, como os scratches e o corte “Slim Shady” que se pode ouvir no refrão.
- “Sing for the Moment” (2002) tem o sample de “Dream On” (1973) de Aerosmith. Para o corpo do beat, os primeiros segundos da faixa foram recortados pelos produtores Eminem e Jeff Bass. O refrão é um vocal sampleado de Stevie Tyler onde Eminem dá alguns shoutouts de segunda voz. Segundo o rapper, samplear Aerosmith sempre foi um sonho.
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