Notícias

Os dois lados de Fat Joe

By 20 de novembro de 2012 No Comments


Nativo do Bronx, Fat Joe viveu em uma atmosfera típica dos rappers dos anos 90 de NYC. A cidade que passava por “ondas de droga” foi devastada pelo crack nos anos 80 e início dos 90, e dessa onda surgiram grandes rappers. Podemos citar Notorious B.I.G. Nas e Jay-Z como os mais conhecidos. Jigga e Biggie traficaram e dizem isso em suas músicas, Nas conta com detalhes no seu “diário” chamado Illmatic o que viu e viveu na cidade devastada pela droga. Correm por fora alguns rappers, e podemos citar Fat Joe como um dos que encabeçam a lista.

Joe chegou no Rap também no início dos 90s, e veio como uma das maiores promessas do underground na época. Membro do D.I.T.C, o rapper logo em seu primeiro trabalho tinha produções de Lord Finesse e Diamond D, companheiros de grupos de Joey, mas acima de tudo, lendas. Represent foi o primeiro do então “Fat Joe da Gangsta”, não foi um clássico, mas mostra consistência e não se pode negar. O cara já ganhava créditos de outros caras como DJ Premier, que sempre trabalhou com o Crack. Jealous One’s Envy seu segundo álbum, é outro disco consistente, e abria o caminho de Fat Joe para o sucesso, afinal, Jealous One’s Envy teve além de Preemo e L.E.S. na produção, Raekwon e KRS-One nas rimas, além de um cara chamado Big Pun, que levaria Joey e toda sua banca ao estrelato. Três anos depois em 1998, Fat Joe lançaria o que até hoje considero seu melhor álbum, o Don Cartagena, com mais produtores de peso além de Preemo e L.E.S., como Marley Marl e Buckwild, Fat Joe trilhava o estrelado de forma consistente, dando nos ver que o mainstream teria mais um cara de qualidade, a faixa John Blaze é simplesmente épica. Fat Joe, Nas, Big Pun, Jadakiss & Raekwon em uma mesma faixa, quem pensaria? Heavy! John Blaze ainda traz Method Man nos samples. Três anos depois ele apareceu com Jealous Ones Still Envy (J.O.S.E.), um disco que é uma sequência de seu segundo disco. Jealous Ones Still Envy (J.O.S.E.) ainda bate no estilo que Joe pregava nos discos anteriores com grandes pitadas de algo mais ‘pop’. No caso, Joey explorou refrões feitos por cantores de R&B como R.Kelly e Ashanti. Fat Joe começava a se tornar mundialmente famoso, mas seus discos ainda mantinham participações ‘de casa’. Loyalty veio um ano depois dessa forma.

Em 2005 ele começou a entrar em uma fase muito inspirada pelo Miami Bass, produções de Cool & Dre e colaborações com DJ Khaled predominavam na época. Me, Myself & I de 2006, já não mostrava mais o Fat Joe que começou no Rap, mas no disco ele conseguiu talvez o seu maior hit seguido de Lean Back, a música Make It Rain com Lil’ Wayne. Wayne que frequentemente aparecia nos discos do Joey desde 2002. The Elephant in the Room traz algo que vejo como “lampejos” de Fat Joe, esse disco traz faixas fantásticas como That White e My Conscience com KRS-One. 300 Brolic traz a participação da Opera Steve, em uma batida incrível. Fat Joe trouxe I Won’t Tell, uma faixa bastante diferente da proposta do disco. Ele parecia se reerguer… mas aí apareceu o Jealous Ones Still Envy 2 (J.O.S.E. 2). Disco fraco, sem nenhuma chance de brilhar como o J.O.S.E. 1. Seguindo a cronologia, Fat Joe em 2010 lançou o The Darkside Vol. 1. Disco que prometia, e cumpriu boa parte. Faixas como I’m Gone, Kilo, Slow Down, Valley of Death trazem mais um ‘lampejo’ de Joe, para acordar para o bom rap. O disco traz faixas como If It Ain’t About Money com diferente proposta, mas incrivelmente agrada.

Fat Joe é um caso a parte. Seu “filme” foi bastante queimado pela sua antiga beef com 50 Cent, a posição durante anos do seu rival na cena, o projetou para uma pequena decadência. Enquanto Fiddy estourava no mundo como Joey anos atrás, o rapper do Bronx tinha seus hits como Make It Rain fazendo um sucesso mais centrado dentro nos EUA, mais precisamente no sul. O que ninguém viu é que Joey lançou grandes versos, e seus lampejos bem localizados em faixas sem atenção nos seus discos, davam a ver que o antigo Joey estava ali. Questiono e sempre questionarei quem disser que Fat Joe é um rapper ruim, talvez decadente, mas ruim nunca. Mesmo que ele lance músicas como essa (Sim, infelizmente isso saiu. SHAME ON YOU, JOEY) não se pode apagar o que ele escreveu na história. Joey trouxe a Terror Squad, uma das maiores bancas de NYC. Joey nos apresentou Big Pun, um dos maiores rappers da história. Joey fez parte de um dos maiores coletivos do Rap nova iorquino, o D.I.T.C., ou seja, isso não sairá da história. Apesar de que Joe precisa acordar, lançar algo consistente, para sua carreira não ficar manchada mais do que já está.

Abaixo alguns dos sons mais infames de Fat Joe.

Deixe seu comentário!
Share this...
Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe