Texto por Kleber Briz Albuquerque (@kleberbriz) | Artes por Arthur Garbossa (@arthurgarbossa)

Essa é a segunda parte do nosso especial sobre Ogi. Se não viu a primeira, clique aqui.

Antes da carreira solo, o MC fazia parte do grupo Contrafluxo junto a Dejavu, Munhoz, Mascote, Dj Edy e Dj Willian. Naquela época, entre os anos de 2005 a 2007, Ogi já demonstrava intimidade em combinar as experiências e imaginação em rimas atrativas para o ouvinte:

Doze badaladas e eu caio na madrugada abençoado pela rua
Sigo com cautela e a viagem continua
Entre becos e avenidas, revelando novas vidas na paisagem nua e crua
Da rua
Uma surpresa a cada encruzilhada nessa selva de concreto
Pra desenvolver a caminhada é necessário um pouco mais que agilidade
Ter habilidade, assimilar o que é correto
Correr pelo certo, papo reto
Postura pra chegar, não só o dialeto
É o que é preciso para achar que cê é de lá sem saber pisar – Em “Ruas”

Mas assim como a voz mudou da época que compunha o grupo Contrafluxo para um tom mais grave, presente em seu primeiro disco solo, se percebe também um controle vocal muito mais acentuado e uma evolução significativa na composição de de suas letras.

Dando vida às histórias

Foto por Ênio Cesar

O início de carreira solo do Ogi, com Crônicas da Cidade Cinza (2011), marca também a evolução de suas letras, cada vez mais ricas de detalhes.

Eu corri para alcançar o último busão pro centro da cidade
Noite fria, arsenal trazia na bagagem
Walkman, ouvindo Sabotage
A rua tá tranquila, isso deve ser miragem
Desci na Miller, com a Maria Marcolina
Senti o odor da creolina e a chuva fina cai do céu
Fui pelo Brás até a Luz, depois pro terminal Princesa Isabel
No pique pro arrebento, trombei meus manos
Na madrugada, eu tava atento e tinha planos, ha-ha!
Decidimos cair pra zona norte (e aí?)
Adrenalina era o nosso esporte – Em “Noite Fria”

Esta minúcia marcante nas composições do MC paulista reside nas inúmeras referências o que artista consegue juntar em poucas linhas. O vocabulário, de certa forma, também chama atenção pela quantidade de palavras que contribuem para prender e surpreender o ouvinte, recheando os versos com rimas internas e externas.

Aquela festa tava tipo Mad Max
Rolando Fu-schnikens, dois talões de cheque
Uns mano meio freak, minas de pileque
Segurança só pra variar deu chilique
Confiscou o beck dos moleque, esgarçou a gola da camisa
O bico agiu de forma imprecisa
Bateu com o cotovelo no meu drinque
E conseguiu levar pra longe a minha brisa – Em “Eu Me Perdi Na Madrugada”

Ogi combina dois elementos fundamentais para prender a atenção do ouvinte. Primeiro o MC utiliza gírias ou referências conhecidas. E mesmo que você não conheça algum termo do verso, é muito provável que o contexto o intrigue, mantendo o interesse em entender o que se passa na história.

Depois de atrair o ouvinte pelas palavras, Rodrigo conquista a audiência pela levada. Como o próprio já revelou, o processo de composição parte da instrumental ou algum arranjo inicial, mesmo que seja o balançar de uma caixinha de fósforo. Assim, o ouvido do MC para as produções também é uma qualidade que contribui para o seu trabalho. Os samples, batidas e efeitos trazem outra camada de complexidade para suas faixas.

Outro exemplo do uso criativo de recursos estão nas faixas “Pronto Pra Guerra” e “Zé Medalha”. Os skits destas músicas são compostos por vozes diferentes, feitas pelo próprio MC para o personagem vivido, simulando diálogo entre o capanga e Zé Medalha, os antagonistas nestas canções. Estas vozes levam a imaginar uma situação que aparece nos filmes de artes marciais dos anos 80 ou em um jogo de luta de videogame, no qual o jogador deve passar de fases com inimigos menores para encontrar o chefão.

Capanga: Chefe, chefe, você está bem?
Zé Medalha: Eu Estou bem. Ah… Você venceu essa batalha Ogi, mas nós nos veremos muitas vezes
Capanga: Acho que não chefe, ele é muito forte
Zé Medalha: Ha… me solta
Capanga: Chefe, chefe, ah… – Outro de “Zé Medalha”

Porém, a variação de vozes do MC é um recurso utilizado em inúmeras faixas, indo muito além do que a simples composição de diálogos; como em “Minha Sorte Mudou”, do próprio Crônicas, “7 Cordas” do Rá! (2015).

Outra habilidade marcante da composição do Ogi é a capacidade de transformar as inspirações e referências em histórias próprias. Quando em “A Vaga” ouvimos o sample feito pelo DJ Zala de “Diário de Um Detento” do Racionais MCs, não é uma simples referência. Rodrigo estende o significado da faixa original traçando um paralelo onde conta uma história que mostra o trabalhador que mantém a fé em seus ideais.

Essa faixa inclusive é uma das mais conhecidas de sua discografia, uma das favoritas dos fãs – inclusive de KL Jay – e do próprio Ogi. A faixa também já fez parte do Guia de Estudantes e foi usada como material de estudo da Rede de Escolas Salesianas, motivo de orgulho para o MC.

Ele faz isso também em “Barra Pesada” (2018) com a Manopla do Infinito, do universo Marvel.  A arte chama atenção para esse artefato fictício, que também é citado ao longo da faixa – Eles dizem que são jóias raras (mas eu)/Feito Thanos mostro minha cara (fodeu!). Ogi se mostra extremamente confiante, adotando uma postura braggadocio. E mesmo recheada de punchlines de deixar qualquer um impressionado, é o refrão presunçoso que mostra esse lado criativo e confiante do MC na sua própria arte, a qual ele passou anos se dedicando em aperfeiçoá-la:

Esse é o guia definitivo
A cartilha para o seu ano letivo
Pra fazer MC primitivo
Aprender o que é rima e flow

O paulista eleva a contação de histórias com a sequência de faixas “Trindade” do disco Rá! (2015). Nela, ele se coloca na perspectiva de outras pessoas e animais num simples contato entre os personagens, como se fosse um espírito vagando de corpo a corpo. Além disso, elementos da produção do NAVE acrescentam pequenos detalhes que preenchem o imaginário do ouvinte como sons de objetos ou efeitos sonoros que te fazem entrar na imaginação do personagem em que está encarnado ao longo na faixa.

A cada parte da Trindade, Ogi descreve, num ritmo que se torna cada vez mais frenético, uma noitada e todos os encontros e desencontros que ela pode proporcionar.

La madrugada desceu feito ribanceira
E o cara que eu deixei tinha el espírito cavera
De energía negativa
Me bienzo con un terço y ahora estoy arriba
Rá! E assim o mal não me infecta
Chego em casa e corro para ver como o meu moleque tá
Dormindo feito um anjo, eu lhe beijo
E, ao mundo das crianças, minha alma se conecta
Um, dois, três indiozinhos
Em um mundo bem azulzinho
De repente, um cachorrinho
Veio lamber minha cara
“Woof! Woof!”, tipo Snoop Dogg
Eu vejo uma gatinha lá no rooftop, urra! – Em “Trindade 3”

No Rá!, Ogi brinca com a fama de contador de histórias a partir dos skits do disco. Neles, é revelado a condição “enferma” que o MC se encontra: a capacidade de transformar as situações que observa nas histórias vem o perturbando mentalmente. De maneira bem-humorada, essa fama se torna uma condição a ser tratada por um psiquiatra, uma ideia que aparece de forma recorrente entre as faixas.

Ogi: Liberdade, liberdade, eu não gosto de me sentir preso, sabe? Eu sou que nem um criança deitado na rede no jardim, numa manhã calma ensolarada e eu vou envelhecendo conforme a tarde vem. E ao anoitecer eu sou um ancião que vai morrer nos braços da boemia pra renascer quando o dia nasce
Psiquiatra: Interessante, me explica isso melhor… – “Interlúdico”

Além das skits ao longo do álbum, que soam como verdadeiros desabafos sobre o próprio processo criativo, em “Virou Canção” Ogi narra uma história puramente pessoal, o que marca também um desenvolvimento importante em suas composições. Esta faixa começa com um latido de um cachorro falecido do Vovô e é um verdadeiro túnel do tempo para sua adolescência.

O EP Pé no Chão (2017) conta com um envolvimento maior do MC no processo de construção do disco. Da ideia da capa, que tem as cores inspirada no tênis que ele assina pela OÜS, à produção do disco, onde contribui na produção de algumas faixas, Ogi mostra ainda mais controle sobre a própria arte, dando ainda mais profundidade e complexidade as músicas.

“Nuvens” traz um paralelo entre a infância do Ogi e a sua experiência como pai. Nesta música, Marcela Maita canta um refrão tocante – Ah, menino/Te quero sorrindo/E aqui vou ficar/No seu riso encontrei meu lugar – e a risada do seu filho que precede o segundo verso transborda o carinho que o MC teve para compor a letra:

O Emicida que é meu amigo próximo também, quando ouviu a “Nuvens”, a faixa que fiz para o meu filho, ele chorou. Então eu [pensei]: pow, tô no caminho certo dessa letra dessa música. Tá ligado?

A criatividade e empenho na interpretação das músicas, que aparecem a partir das inúmeras vozes e levadas construídas pelo MC também se traduzem nos videoclipes do MC. Suas produções visuais são simples, mas carregadas de sentimentos e criatividades, buscando trazer novas perspectivas às histórias contadas nas músicas.

Parte dos clipes não contam com Ogi atuando nas cenas, mas é notável que o olhar particular do rapper é bem representado pelos diretores que trabalham com ele. Quando atua nos clipes, tem interpretação cativante, como ocorre em “Minha Lei” do Rael, em uma batalha de MCs contra si mesmo. Ou “Poetas no Topo 3 Parte 1”, encarnando um indivíduo possuído.

Muitos personagens e estilos

Grafite por Sosek e foto por Camou Yaf

Ogi também tem uma habilidade particular em criar personagens únicos carregados de personalidade e enredos criativos. Além das inúmeras características fornecidas pelo MC, que nos permite imaginar estes personagens, o fato de dar começo-meio-fim às suas histórias também contribui para o ouvinte se apegar a essas figuras caricatas e suas histórias.

Em Crônicas, temos a saga de Ogi contra Zé Medalha nas faixas “Pronto Para Guerra” e “Zé Medalha”, na qual luta contra ele e seus capangas em uma história rica em detalhes de uma batalha que lembra um conflito de filmes de arte marcial.

O personagem volta a aparece em “Street Fighter”, que conta com a participação de Matéria Prima e Aori e mantém essa inspiração em lutas de filmes, quadrinhos, videogames e animes. Ao final da faixa temos um skit que instiga os ouvintes sobre o retorno do Zé Medalha.

Capanga: Vamos ligar pro chefe, vamos ligar pro chefe
Liga agora, liga agora
Liga agora pro chefe, liga agora pro chefe
{*Telefone chamando*}
Zé Medalha: Alô? O que foi agora, seus imprestáveis?
Campanga: Chefe, chefe, ele está muito mais forte do que antes
E acompanhado de exímios lutadores, o que faremos?
Zé Medalha: Apenas retornem, não façam nada
Mas não se esqueceçam que eu também estou muito mais forte
E ele sentirá a fúria na volta de Zé Medalha, O Insuperável!

Também em Crônicas, Ogi conta histórias sem dar nomes aos personagens. Dentre elas podemos encontrar PMs, ladrões, trabalhadores e pessoas se divertindo numa noitada e a própria cidade, referida em uma das faixas como um monstro. Em muitos dos casos, as conclusões das histórias são inesperadas para o ouvinte ou trazem uma perspectiva que levam a refletir sobre estas situações que num primeiro olhar parecem corriqueiras. É o caso de “Profissão Perigo”, que detalha o dia-a-dia de um motoqueiro na cidade de São Paulo:

Sigo desviando a muvuca, meu patrão no pescoço
Um oitão na minha nuca e já passou do almoço
Um baú na garupa, vou de moto a milhão
Se não a entrega que carrego comigo caduca
A busca por dinheiro sufoca, machuca
No corredor quase bati a motoca na fuca
Mas tô ligeiro no piloto, eu não durmo de touca
Toma cuidado, sai da frente, tiazinha, tá louca?

“Por Que Meu Deus?” é outro exemplo, onde Rodrigo traça o paralelo entre dois personagens bem conhecidos na cidade de São Paulo, o bandido e a polícia, mostrando similaridade entre os dois, dentre elas a principal: o medo. O conflito leva ao fim dos dois personagens, revelando que ninguém sai ganhando nesta história.

Tô na cena do assalto, gritei mãos ao alto, tiros me levam ao chão
Mais um soldado na guerra que não pode escolher o seu fim
É o final da jornada, não vejo mais nada
Meu sangue na terra cai
(…)
Alguém diz mãos ao alto, eu miro e acerto bem no alvo
Infelizmente não consigo sair salvo
Fui atingido bem no coração
Logo caí com o malote na mão
É o final da jornada, não vejo mais nada
Meu sangue na terra cai
Foto por Autumn Sonnichsen

Histórias de uma boa noitada também são recorrentes, inclusive com aquele sentimento de que há forças sobrenaturais por trás do resultado positivo da história mesmo diante de algo que tinha tudo para dar errado (“Minha Sorte Mudou” e “Sokizilla”).

Mas minha sorte retornou, foi por milagre
Pra não permitir que uma mentira se consagre
Foi quando o delegado, recebeu a notícia
A minha salvação no rádio da polícia – Em “Minha Sorte Mudou”

Em Rá!, ao invés de continuar a saga do Zé Medalha, o MC decide por criar novos personagens marcantes, como Chico Cicatriz e José Carlos. Dessa vez a apresentação do personagem é feita de maneira bem diferente do primeiro disco.

Enquanto Zé é introduzido no contexto do desafio que o MC paulista precisa enfrentar, em “Pronto Pra Guerra”, surgindo como um antagonista ao próprio Ogi, Chico tem sua trajetória contada nos mínimos detalhes, um típico malandro da quebrada que se envolve em enrascadas, que inclusive lhe renderam a cicatriz que resulta em seu apelido.

Chico cicatriz chamariz de enrascada
Teve sua cara retalhada, foi navalhada
Ficou uma cota sumido, mas tá de volta
Achando que não tá mais pedido
O seu cinismo é digno de pena
Cusão, eu sou leão, você hiena, jão
Você não tem skills, então não pode dar um piu
Contra os gladiadores da arena
E faz muito escândalo pagando de vândalo
Pé de pato mangalô, 3 vez
Eu fiz a preza pra você no prédio
Você chegou pro povo e disse que cê que fez

Em “Escalada” temos outro personagem carismático: José Carlos é outro tipo de malandro, o que busca meios de enganar os outros para o benefício próprio. Contudo, o seu sucesso financeiro também lhe trouxe vícios que o levaram ao fim do poço. O questionamento que a faixa traz é similar aquele propiciado pela faixa “A Vaga”. Porém, aqui o personagem opta pelos meios ilegais para obter o sucesso, levando para um resultado completamente diferente.

Ê lerê
Desejo cego de alcançar o poder
O topo da parada
Ê lerê
E quanto você tá disposto a perder
Por essa escalada? – Refrão de “Escalada”

Além desses indivíduos criados pelo Ogi, o MC paulista explora inúmeras temáticas nas músicas, se aproveitando da perspectiva de observador e narrador das histórias. Em Crônicas, por exemplo, Rodrigo reflete sobre a ideia do homem ser o provedor de uma família, se colocando como o responsável por cuidar da casa, enquanto a mulher é a fonte de renda da família.

Pus as crianças na cama e fiz o jantar
Fiquei bem cheirosinho pra quando a minha dama chegar
Lustrei os moveis e a tarde eu lavei o quintal
To te esperando ansioso vendo o telejornal – Em “Os Tempos Mudam” com participação de Lourdez de Luz

Outra temática recorrente em seu primeiro disco são as questões relacionadas ao trabalho que aparecem de maneira mais sutil em alguns casos ou de maneira explica, como quando lança sua perspectiva com relação ao desemprego em “A Vaga” ou ao trabalho braçal que permitiu o desenvolvimento da metrópole de São Paulo em “Eu Tive Um Sonho”. Seja qual for o caso, o trabalho surge como uma questão indissociável à cidade de São Paulo.

Maravilhado eu fiquei logo que aqui desembarquei
Agradeci, me ajoelhei: Glória Padin Ciço, Rei
Me apresentei pra trabalhar direto na carga pesada
Subi pontes, edifícios, minha mão já calejada – Em “Eu Tive Um Sonho”

O conflito da polícia reaparece em Rá! na faixa “Correspondente de Guerra”, dessa vez descrevendo uma situação de protesto, mostrando que o MC possui uma versatilidade imensa ao debater suas temáticas, lançando mão de diversas perspectivas diferente, muitas vezes na própria música.

To numa fria e sinto taquicardia
Eu vejo labaredas na varanda da quitanda do Quintino
Milicos no massacre mastigam
E eu posso ver o sangue escorrendo do canino de um suíno

Rodrigo também possui um clima “boêmio” nas letras, pois muitos delas lembram histórias contadas em uma mesa bar. “Chico Cicatriz”, “Escalada” e “Ponto Final” seguem ideia de trazer personagens que se tornaram lendas nas conversas popular. “Trindade” traz uma perspectiva inédita a temática que mostra a complexidade dos encontros que podem acontecer em uma única noite.

Pique Ferris Bueller
De bermuda usando bota Caterpillar
Um barril lotado de cerveja Miller
E uma milf tipo a Letícia Spiller, relax
Deixo o doce pra ficar macio
Eu to tipo nas praias do Rio
Hoje o papai do céu me sorriu
He he he, ha ha ha
7 cordas são angelicais
E esse sopro divino me faz
Inspirado demais – “7 Cordas”

O bom humor do Ogi é um elemento muito utilizado pelo MC. Pode se verificar isso, por exemplo, ao longo das composições presentes em Rá!. A forma com que conta a história em “Aventureiro” e “Na Estação da Luz” relembram uma histórias em quadrinhos devido aos exageros evidentes.

Enxergando bichos em meio aos pixos
Comiam o lixo e achavam delicious
Visão de um hospício, monstros, vício
Pânico trava o seu orifício
Correu pro metrô pra poder escapar
E ligou pro chofer lhe buscar
Lá fora Jesus é quem morre num blues
Na estação da Luz

“Hahaha” é uma das faixas que mais explora este lado humorado de Rodrigo, ao mesmo tempo que traz uma conclusão inusitada. O MC paulista desenrola o enredo de tal forma que o ouvinte imagina que o personagem está prestes a ser pego por ser um mulherengo descontrolado. Contudo, uma conclusão inusitada é fornecida, os fatos relatados se passam em um pesadelo em que personagem é acordado pela esposa ao final. Isto nos leva a pensar: ele sonhava em ser solteiro ou traía a mulher?

Em um momento raro na discografia de Ogi, ele solta uma faixa romântica acompanhado da Souto MC. “Se Você Não Canta” contém o sample de “Ressalva” de Sonia Rosa e apresenta um lado sensível e apaixonado do Vovô, que não costuma aparecer em lovesongs.

Não posso deixar que te afaste mais
Bem quando zombei de suas lástimas
E meu ego mastigo
Não desligo, sossego
Só me importo contigo
Quero ser seu Rodrigo
E vim até aqui com esse buquê pra te dizer:
Pode contar comigo

E assim como um mestre que domina sua arte já alguns anos, mas que se mantém atualizado e atento às tendências atuais, Ogi se encontra em um dos melhores momentos da carreira. Os trabalhos consolidados lhes fornecem um respeito dos fãs e artista do gênero, seus múltiplos estilos, temáticas e personagens atingem um público variado e sua técnica continua a se desenvolver a cada faixa lançada.

Porém, quais serão seus próximos passos? Não perca o bate-papo com o MC paulista sobre o processo de criação das letras e o disco que está sendo produzido junto com Kiko Dinucci na última parte desta matéria especial, em breve aqui no Raplogia.

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