Todo rapper quer ser um jogador de basquete, e todo jogador de basquete quer ser um rapper. Esse é um ditado que corre solto há anos no cenário norte-americano e foi reforçado por Lil’ Wayne em 2014 em entrevista. A realidade é que existem alguns nomes que se destacam com a bola laranja e com o microfone na mão.

Com o início da NBA no fim de Outubro, o Raplogia traz uma lista de nomes de jogadores da NBA que se arriscaram/arriscam no microfone até hoje, sendo alguns talentosos e outros nem tanto. Confira:

Damian Lillard

O armador do Portland Trail Blazers é um dos grandes jogadores da liga atualmente. Na NBA desde 2012, Lillard tem média de 23.6 pontos por jogo e 6.4 assistências em toda a sua carreira e ano passado teve momentos especiais nos play-offs eliminando a fortíssima equipe do Oklahoma City Thunder.

Mas não é apenas na quadra que ele mostra enorme desenvoltura, com o microfone na mão e sob a alcunha de Dame D.O.L.L.A. ele vem alcançando determinado sucesso. Foram dois discos lançados até agora The Letter O de 2016 e Confirmed de 2017, ambos pela gravadora Front Page Music, do próprio atleta.

Em 2019, antes da temporada começar, Lillard se envolveu em uma discussão com o lendário Shaquille O’Neal para saber quem rima melhor, algumas disstracks foram divulgadas e o jogador do Trail Blazers levou a melhora na batalha com o MVP da temporada de 2000.

Allen Iverson

Allen Iverson foi um dos grandes jogadores que já pisaram o pé na quadra. Polêmico dentro e fora dela, o jogador passou grande parte da sua carreira jogando pelo Philadelphia 76ers e se tornou um ícone pela sua rebeldia e comportamento.

Em 2000 ele se arriscou no rap com o single 40 Bars, mostrando um flow extremamente violento e rimas agressivas. Preparando um álbum para aquele mesmo ano, Jewelz, como ele se chamava no rap, ele acabou sendo boicotado devido o conteúdo homofóbico em suas letras.

O Comissário da NBA na época, David Stern, pediu para Allen trocar a letra da música, o que ele topou, mas o disco nunca viu a luz do dia.

Chris Webber

Draftado em 1993 na primeira escolha do draft pelo Golden State Warriors, Chris Webber foi um grande jogador enquanto esteve em quadra. Sua carreira durou até 2008, mas desde seus tempos na faculdade de Michigan ele já chamava atenção pelo talento e também comportamento.

Nascido em Detroit, o jogador teve uma breve carreira no rap, tendo um disco lançado em 1999. 2 Much Drama foi um projeto feito basicamente apenas por Chris Webber, com produção próprias e poucas participações – Redman e Kurupt participaram do disco de 21 faixas.

Sem muita aclamação pela parte crítica ou comercial, sua carreira não durou muito. Em 2006, ele produziu “Blunt Ashes” para o disco Hip Hop is Dead de Nas e também o single “Surviving the Times“, lançado no disco de maiores sucessos do rapper em 2007.

Shaquille O’Neal

Shaq tem uma personalidade midiática desde sua primeira temporada na NBA em 1992 pelo Orlando Magic. Um dos maiores pivôs da história, ele começou a compor rimas em 1993, mesmo ano que lançou o seu primeiro disco, Shaq Diesel, que chegou a receber a certificação de platina pela RIAA.

Sempre bem acompanhado em seus discos, ele teve um sucesso razoável em sua carreira de rapper, mesmo tendo suas habilidades de rima sendo questionadas. Membros do Wu-Tang, A Tribe Called Quest, EPMD, entre outros, participaram de projetos de Shaq.

Às vezes Shaq reaparece das cinzas e lança uma música, geralmente uma disstrack para alguma inimizade que ele tem no meio do basquete.

Andre Drummond

Um dos melhores pivôs atuais da NBA, Andre Drummond também é um dos grandes reboteiros na liga. Jogando pelo Detroit Pistons desde 2012, ele também se aventurou no rap nos últimos anos sob a alcunha de Drummxnd.

Com uma energia única e um liricismo interessante, o jogador já revelou que não quer seguir a carreira no rap mas pretende tentar cada vez mais. Ano passado ele lançou o EP intitulado FYI.

Stephen Jackson

Stephen Jackson encerrou sua carreira em 2014 pelo Clippers, tendo ganhado um anel de campeão em 2003 pelos Spurs.

O que poucos sabiam até 2011 era que Stak5, sua alcunha no rap, produzia músicas há anos e precisou apenas de um locaute da liga para juntar tudo em uma mixtape.

Natural de Port Arthur, assim como o lendário Bun B, Stephen Jackson mostrou boa desenvoltura nas músicas lançadas. Sobre beats de trap, com rápidas troca de flow e metáforas bacanas, ele trouxe um trabalho bastante conciso em 2011.

Lou Williams

Natural de Memphis, Tennessee, terra de incríveis rappers, Lou Williams criou raízes na Filadélfia, onde jogou por quase dez anos. Três vezes eleito Melhor Sexto Homem do Ano, o jogador do Los Angeles Clippers também já se arriscou no rap.

Sua estadia em Philly gerou uma grande amizade com o rapper nativo da cidade Meek Mill. Lou não se mostra tão talentoso em “I Want It All“, rimando muito parecido com seu colega de música.

Ele nunca lançou um projeto para analisarmos com maior ênfase o trabalho dele, mas ele merece estar aqui por simplesmente tentar.

Kobe Bryant

Sem dúvidas que Kobe Bryant é um dos maiores jogadores da história. Mas sua carreira no rap não chega perto do que ele significou para o basquete.

Durante o ensino médio, ele fez parte de um grupo de rap chamado CHEIZAW, que assinou com a Sony Entertainment. O objetivo da companhia ela eliminar os outros membros do grupo e ter Kobe apenas para eles, capitalizando na fama e juventude do astro.

Com raízes mais ligadas ao underground hip-hop, a Sony conseguiu tornar o som de Kobe mais voltado para a rádio. O seu primeiro single, “K.O.B.E.“, que seria parte do disco Visions, tinha Tira Banks no refrão e uma pegada mais comercial.

O single não foi bem recebido, a gravadora tirou Kobe do seu plantel e o disco nunca saiu. O jogador ainda tentou ter uma gravadora independente mas ela fechou com menos de um ano.

Desde então, Kobe participou de algumas faixas, mas não continuou a carreira.

Tony Parker

Quatro vezes campeão da NBA, 6x All-Star, MVP das Finais de 2007. Tony Parker tem um currículo invejável. Com 17 temporadas jogada pelo San Antonio Spurs, Parker fez história com Tim Duncan e Manu Ginobilli.

Mas quando se trata de rimar, Tony não teve o mesmo sucesso. Em 2007 ele arriscou um disco de rap totalmente em francês, sua língua nativa, intitulado TP. O projeto flopou e a carreira de Tony chegou ao fim anos depois.

Ele certamente será indicado ao Hall da Fama algum dia, então, podemos esquecer suas aventuras no rap.

Metta World Peace

Direto do lar de alguns dos maiores rappers da história, o bairro do Queens, Metta World Peace desde o começo da sua carreira no basquete deixou claro que gostaria de ter uma participação no mundo do rap – com 19 anos ele começou uma gravadora. E muito tempo depois de participar do vídeo de “Nas is Like” e participar de uma insana briga em quadra contra o Detroit Pistons enquanto jogava pelo Indiana Pacers, ele lançou seu maior hit “Champions“.

Champions” celebrava o título de 2010 dos Lakers, o qual MWP fez parte.

Victor Oladipo

Atualmente lesionado no começo da temporada 2019-20, Victor Oladipo promoveu sua carreira no rap bastante em 2019. O jogador soltou diversos vídeos super profissionais nos últimos anos.

Em 2017 e 2018, Oladipo lançou dois projetos com uma pegada R&B e diversas participações de grande porte como 2 Chainz, Tory Lanez, PnB Rock e Trey Songz.

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Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe