Uma das maiores revelações do Rap nacional dos últimos tempos, Filipe Ret falou com o Raplogia sobre sua carreira, vida e projetos. Carioca, o MC é formado em jornalismo e se destacou bastante após o lançamento do seu projeto “Vivaz” que tem como principais singles as faixas “Neurótico de Guerra” e “D.U.T.U.M.O.B.,” que mostram um inteligente jeito de escrever e um flow bastante poderoso.
Enfim, espero que todos tenham gostado da surpresa. Abaixo fique com a entrevista completa.
1. Salvê, Ret. Primeiramente, agradeço por nos conceder essa entrevista. Sempre perguntamos para nossos entrevistados qual foi o primeiro contato deles com o Rap. Então não podia ser diferente… Qual foi o seu primeiro contato com o Rap? E quando você viu que era isso o que queria fazer?
Conheci o rap com 6, 7 anos através do primeiro disco do Gabriel Pensador. Rapidinho eu já cantava todas as músicas do disco. Ainda era época de vinil. Sempre fui muito ligado em música. Meus pais sempre ouviram música brasileira em casa e eu sempre gostei de cantar. A agressividade do rap me chamou atenção naturalmente. A facilidade do rap ser “só” DJ e MC também. O restante foi acontecendo.
2. O seu projeto Vivaz foi bastante aclamado, e está fazendo bastante sucesso. No processo de produção do projeto, era esperado esse sucesso?
Não. Pelo menos da minha parte não. Não sei por parte do Mãoli e do Shadow que me ajudaram em tudo no projeto. Mas também acredito que não. Eu apenas trabalho. Envolvo pessoas pra fazer as coisas funcionarem. Mas nem perco meu tempo tentando imaginar o futuro. Isso me deixaria mais ansioso do que eu já sou pensando no presente. Prefiro simplesmente trabalhar no presente. O barato da coisa é nem pensar no reconhecimento. Eu prefiro me divertir durante o processo do trampo.
3. Quais são as inspirações de Filipe Ret? Você tem algum tipo de ídolo (dentro ou fora do Rap) que influencia bastante no seu estilo de música?
Eu não só tenho muitos ídolos como gosto de idolatrá-los. Aliás, acho que todos os grandes ídolos tiveram outros grandes ídolos. A magia da música não morre. Mas vou citar alguns caras que fizeram a cabeça de toda minha geração: Mano Brown, Marcelo D2, Chorão, O Rappa. Mas tem muito mais aí: Caetano, Gil, Chico, Djavan, Rita Lee, Gabriel Pensador, MV Bill, Ponto de Equilíbrio, toda galera do Rap RJ, do Rap Nacional também. Ouvi muito pagode e funk na pré-adolescência também. Música gringa, apesar de não saber falar inglês. Nesse caso, sou influenciado mais pela melodia.
4. Muitos MCs de qualidade tem aparecido no cenário nacional recentemente, você tem algum favorito dessa “nova safra”? E tem algum deles que gostarias de colaborar?
Muitos. Como falei antes, todo Rap RJ. Shadow, Ramonzim, Start, Cacife Clandestino, 3030, Oriente, Cartel… Torço muito pra toda essa molecada. Todos trabalham duro e vão crescer ainda mais no cenário brasileiro. Se for pra citar apenas um cito o Shadow, que é da minha banca. Tem muito conteúdo e experiência e tá chegando firme com o projeto solo.
5. Você é formado em jornalismo. De forma direta ou indireta, você acha que a sua formação influencia ou ajuda em sua música?
Claro. Eu sou o resumo do moleque carioca que teve acesso à rua e à educação. Sou o resultado explosivo do meu lado artístico com meu lado marginal. Sempre fui muito observador e muito rebelde. Muito sensível e muito agressivo. Minha formação foi uma necessidade de falar pra mim mesmo que eu podia ter um ensino superior completo. Queria saber o que essas pessoas formadas tinham que eu não tinha. Agora eu também tenho.
6. O que você acha do reconhecimento que o Rap está recebendo no país atualmente? Você acha que esse crescimento irá dobrar futuramente?
Sim. Acho que a tendência é essa. O rap tem agressividade e vontade de vencer. Isso é o suficiente pra fazer o gênero crescer. Hip hop é protesto, hip hop é celebração, hip hop é ambição. É uma música completa.
7. O que você vem preparando para os fãs? Mais algum trabalho em mente?
Vou compilar numa coletânea singles antigos. Quero soltar essa coletânea ainda em 2013. Mas minha cabeça está voltada pro próximo trabalho que já estou quase terminando de escrever. Deve ser lançado no meio de 2014. O espirito rebelde é inquieto. Não consigo viver sem criar.
8. E no cenário internacional, o que você mais ouve? Acha que os “gringos” prometem muito mais para esse ano?
Gosto muito de ouvir. Mas como não sei falar inglês, tenho que buscar as traduções que nunca são tão boas. Acabo perdendo um pouco a paciência pra acompanhar os gringos. Mas estou sempre ligado. Dos mais recentes, curto muito Joey Badass e Kendrick Lamar.
9. Gostei bastante da produção do Vivaz. Como é seu processo de seleção de batidas? Qual o produtor que mais gostou de trabalhar? Existe algum produtor que ainda quer trabalhar?
Estou sempre à procura de bons beats. Acho que todo MC é assim. Sou chato pra escolher os instrumentais. Mãoli, meu DJ, é o cara mais próximo de mim e produz a maioria deles. O processo é simples: as vezes tenho a letra e adapto ao beat. As vezes recebo o beat e escrevo a letra. A coisa só complica um pouco porque eu rimo com melodia e sou um analfabeto musical. Tenho que criar tudo no feeling.
10. Novamente, muito obrigado Ret, se puder, deixe um recado para o pessoal que gosta do teu trabalho. O Raplogia está sempre de portas abertas para você. Tamo junto!
Obrigado Raplogia! Nósssssss
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