Soulja Boy Tell Em estourou em 2007, e desde então não parou mais. Seja na música, na moda ou em outros ramos, o rapper de 28 anos, nascido em Chicago, Estado Unidos, se mostra um grande entendedor e adepto da internet. Depois de baixar o Fruit Loops (FL) em um computador que havia ganhado de seu pai, DeAndre Cortez Way começou uma grande febre que perpetua até os dias de hoje: a de conteúdos virais na web.
Aos 17 anos de idade, o até então estudante e morador de um bairro periférico no Mississipi passou a fazer música sem depender de grandes gravadoras e sem muitos recursos disponíveis. O que ele não esperava é que o vídeo de uma dança, intitulada Superman That Ho, e o lançamento da música Crank That (Soulja Boy), o transformariam em um ícone, como ele mesmo se define.
Durante uma conversa por telefone, Soulja Boy contou ao Raplogia que estava feliz em voltar ao Brasil devido a animação das pessoas. Com mais alguns shows pela frente, em Minas Gerais e no interior de São Paulo, o rapper expôs que apesar da voz rouca, estava pronto para fazer barulho junto com o público.
Soulja Boy também falou sobre como geriu sua carreira e de como as redes sociais foram e são essenciais para a nova geração do rap. Confere só o nosso bate-papo com ele:
Raplogia: Quando você fazia música no estúdio que montou na casa do seu pai pensava que conseguiria chegar nas paradas de sucesso dos EUA por semanas consecutivas?
Soulja Boy: De jeito nenhum. Eu nunca fiz música pensando em fama, sempre fiz por pura diversão e porque gostava. Gosto na verdade, é o que faço da vida, o que estou envolvido em tempo integral.
Como você comentou, a música é o que faz em tempo integral. Você já deixou de fazer outros projetos por conta da carreira e dos compromissos enquanto artista?
Não, eu faço muitas coisas. Eu sou um homem de negócios, entende? Estou sempre procurado um jeito de fazer dinheiro. Tenho minha marca de roupas, minha linha de tênis, carros, casas, um site, onde posto várias coisas, minha produtora musical, a SODMG. Eu administro diversas paradas diferentes, mas existem outras coisas que eu gostaria de fazer.
Tipo o que?
Eu queria atuar. Já participei de alguns filmes, mas sei lá, queria estudar de verdade, saber muito mais do que sei. É algo que com certeza investirei meu tempo, eu gosto demais.
E no meio dessa série de coisas que você faz, conseguiu lançar uma mixtape e um EP colaborativo com o Go Yayo, né?
Sim, lancei. A mixtape King Soulja 8 e o EP SouljaYayo foram bem legais de criar. É sempre bom fazer música com o Yayo, nos entendemos bem. E sobre meus projetos solos, eu sempre me divirto fazendo. É um sentimento incrível a cada trabalho finalizado.
Comparando trabalhos como The DeAndre Way e a mixtape King Soulja 8, dá pra notar várias mudanças na sua música. Você acha que isso se deu por causa do seu amadurecimento?
Sim, com certeza. É algo muito natural, eu cresci. Acho que é normal as ações do tempo e as mudanças nas minhas experiências ficarem evidentes no meu trabalho.
Essas mudanças aconteceram também no modo de administrar a sua carreira?
Ah, com certeza, cara. Eu sempre fiz música por diversão, mas também sempre levei a sério por ser o meu trabalho. Acho que o profissionalismo pesa mais com o passar dos anos e com o desenvolvimento da carreira de um artista, ainda mais se você tem muitos empreendimentos. Tem que dar atenção pra todas as atividades que está envolvido.
E alguma vez já sentiu que seus hits dificultaram que você lançasse projetos mais experimentais?
Claro que não, eu sou um hitmaker. Emplacar hits é o que todo artista musical quer, eu trabalho nisso todos os dias. É o que todos querem.
E em relação a cena underground, você tem envolvimento? Gosta de acompanhar?
A do Brasil?
A do Brasil, dos EUA…
Olha, eu escuto poucos artistas do underground. Ultimamente tem surgido muita gente interessante, mas pra ser sincero, não tenho acompanhado tanto mais.
Você acha que essa nova geração, seja do underground ou do mainstream tem mais benefícios do que a geração passada?
Nossa, e como! A cena é outra, as redes sociais ajudam muito. Hoje em dia você pode lançar seu som e ter audiência de todos os lugares do mundo. A questão é saber usar a internet a seu favor. Está tudo aqui, o negócio é saber colocar pra funcionar e caminhar na direção certa. Acho que é mais se comprometer a fazer um trabalho de qualidade e buscar ferramentas para potencializá-lo. A internet é, com certeza, uma delas.
E você se considera um ícone para esses artistas que fazem suas coisas de forma independente? Principalmente por ter destaque com conteúdos que viralizaram na web.
Mas é claro. Eu sou um ícone. Eu mudei o modo de fazer música. Fui a primeira audiência do Youtube, e dei outro tipo de visibilidade para o MySpace com o meu trabalho. Eu mudei muita coisa no modo de fazer rap, mudei muita coisa no hip hop.
Pra finalizar, você quer deixar um recado pros seus fãs?
Brasil, eu estou muito feliz de estar aqui de novo, tenho me divertido demais. Estarei de volta em breve, com certeza. Obrigado por tudo!