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Review: Islah de Kevin Gates é uma das maiores surpresas do ano

By 9 de abril de 2016 No Comments

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Kevin Gates tem uma curta porém prolífera carreira. No cenário desde 2006, o rapper de Nova Orleans alcançou o mainstream com suas colaborações, principalmente as feitas no ano de 2012 e 2013. Trust You com Pusha T é um exemplo disso.

Em 2013 também veio o seu primeiro hit, Satellites, atingindo inúmeras views no You Tube e sendo bastante referenciada naquele ano como um dos maiores sons do ano. O poder de Kevin Gates era quase nulo na época, seu hit poderia ter se dado ao fato da ênfase dada a mixtape Wrath of Caine de Pusha T em qual participou com grande destaque. Mas ele é definitivamente o retrato da expressão “comendo pelas beiradas”.

De 2013 até 2015, o rapper cresceu em número de views, hits e seu som está melhor do que nunca. É isso que você encontra no projeto Islah – uma homenagem para sua filha-, lançado em Janeiro deste ano com dois singles estourados no final do ano passado: 2 Phones e Really Really, que dão a cara e o ritmo que o disco traz ao longo das suas 15 faixas.

Em tempos de repetitivos traps que não trazem uma melodia mais trabalhada, Kevin Gates se destaca por ser o inverso disso. E o melhor de tudo é que o rapper pinta com suas palavras retratos mais autobiográficos do que de autoafirmação, como por exemplo na faixa The Truth, onde ele conta sua versão sobre um acontecimento que ocorreu na Flórida, quando foi gravado chutando uma fã que tentava o agarrar no palco.

charts kevin gates

Ele não tem medo de mudar de assuntos repentinamente durante o disco, explorando diversas histórias. É engraçado quando até Really Really, uma música que remete muito à trabalhos para tocar nos clubes soa uma metáfora para falar da situação de sua carreira. É aquela questão de comer pelas beiradas que citei no início da resenha, durante os dois últimos anos ele aparecia nos blogs de notícia por acontecimentos não relacionados com música, mas seus corres no circuito de mixtapes sempre mostraram o tamanho artista que ele é.

Outro ponto positivo dentro do Islah é que Gates só traz colaborações em uma das faixas bônus. Tudo o que ouvimos é o mais puro trabalho do rapper, que consegue fazer isso e vender – até 04/04 – 366,333 cópias, sendo 210,710 físicas (!!).

Na produção ouvimos muito de um trap mais enérgico e melódico, que conta com bastante nomes desconhecidos no cenário. Ela é muito consistente, mas dessa vez Kevin chama a atenção para si mesmo, trazendo habilidades como letrista e técnicas de flow muito interessantes – tome como exemplo a faixa que abre o disco Not The Only One.

Islah foi uma surpresa incrível e agradável vinda de um rapper que eu sempre gostei, mas nunca dei muita ênfase. Grande erro, devia ter sido paciente, assim como a Atlantic Records foi durante os três anos de contrato. É uma boa ouvida para quem quer algo novo e de qualidade.

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Jhonatan Rodrigues

Jhonatan Rodrigues

Fundador do Raplogia em 2011. Ex-escritor do Rapevolusom e ex-Genius Brasil. Me encontre no Twitter falando sobre rap: @JhonatanakaJoe