Em 25 de julho é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. A data surgiu em 1992, com o acontecimento do primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas em Santo Domingos, República Dominicana. No mesmo ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a data, usada desde então para refletir sobre a violência, as desigualdades e sobre medidas a serem tomadas para que mulheres negras tenham melhores condições de vida e oportunidades profissionais.
Diante de todo o debate gerado acerca deste dia, há também a constatação da revolução feita por essas mulheres negras construíram que construíram e constroem a história – inclusive a do hip-hop.
A cultura hip-hop tem como marco inicial a festa “Back To School Jam”, realizada no Bronx em 11 de agosto de 1973. Cindy Campbell, mulher negra caribenha e irmã de DJ Kool Herc foi a mente por trás do evento, que visava angariar fundos para que a dupla de irmãos pudesse comprar o material de volta às aulas.
Depois de Cindy, outras mulheres se movimentaram para tornar essa cultura possível. Entre elas diversas MCs, b-girls, grafiteiras, intelectuais, comunicadoras e, é claro, produtoras musicais e DJS. Hoje, vamos focar neste último grupo citado.
Confira abaixo minas pretas DJs e beatmakers que movimentam a cena brasileira.
Afreekassia
Cássia Sabino é DJ, modelo, relações públicas e artista visual. Iniciou como DJ em 2016, com a pesquisa musical voltada para artistas negras. Assim, em seus trabalhos o foco é valorizar a auto-estima dessas mulheres. Partindo desta narrativa, ela criou a plataforma Punanny Sound System que, além de mostrar como a música preta na diáspora é expressada de maneira similar mesmo em territórios diferentes, possui um culto especial para mulheres negras, com a proposta de criar um ambiente de acolhimento com trocas íntimas entre estas mulheres.
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Afro Lai
A campista é DJ, modelo e cozinheira de mão cheia. Atuando ao lado da rapper Ebony, Lai tem forte presença na cena do Rio de Janeiro, atua em clipes, além de trazer pratos incríveis no @afrolainacozinha.
Bárbara Brum
Bárbara Brum aka Dj Brum, ingressou na cultura hip-hop como b-girl, enquanto a sintonia com a música a levou para pesquisas e estudos na área de produção musical. A DJ comanda o Baile da Brum, projeto musical e cultural focado na Bass Music, principalmente na vertente de Funk, Trap e Favela Bass, com sede em Florianópolis, Santa Catarina.
Evehive
Evehive, nome artístico de Evellyn Tavares, é DJ e produtora musical. Integrante do coletivo Bandida, um movimento para fomentar o protagonismo de produtoras, fotógrafas e artistas, e da Casa de Cosmos, a carioca atua também como instrutora de discotecagem na Oficina das Minas. Evehive também faz parte da cena Ballroom, e desde segue fazendo Vogue Beats e remixes direcionados para performances e batalhas de dança.
Bruxa Braba
Ligada a moda streetwear com raízes na periferia de Salvador, Mônica Sena toca aonde quer que vá o som do gueto. Atualmente, é a DJ do rapper Vandal. Destaque para a música do rapper Fashion Piva que carrega o nome de batismo da artista como forma de homenagem.
Bia Sankofa
Fabiana Pitanga ou DJ Bia Sankofa, leva no repertório de discotecagens a ancestralidade africana, misturando músicas afro-brasileiras e do rap com afrobeat, jazz, funk e tambores – proposta explicitada até mesmo em seu nome artístico que carrega a filosofia africana do Sankofa. Militante de esquerda e coordenadora na Biblioteca Comunitária Solano Trindade (Tiradentes/SP), decidiu partir para discotecagem, enxergando como a música amplia o repertório cultural. Neste ambiente, resolveu criar oficinas para mais mulheres ocuparem este espaço no hip-hop.
Dina Groovy
O que começou como uma brincadeira, não demorou muito para se tornar paixão. Atuando como DJ desde 2013, ela também é b-girl e produz diferentes conteúdos sobre hip-hop para mídias digitais.
Drika
Adriane Fernandes é DJ, produtora cultural, empreendedora no docesdadrika e umas das fundadoras da Roda Cultural do Centenário (Duque de Caxias/RJ), do movimento @hiphopcontraomachismo e @rapresistenciaviva. Os sets da Drika refletem essa vasta experiência cultural e rede de apoio às mulheres, tendo influências mulheres como Kamila CDD, Drik Barbosa, Rap Plus Size, dentre outras.
Esteves
Thaís Esteves é modelo, DJ, produtora cultural e integrante do Guerow, um espaço para falar sobre música e moda. No começo deste ano, Esteves lançou uma mixtape de house intitulada “Houzie”.
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Gabriela Lopes
Gabriel Lopes aka DJ Gabs, é uma artista independente. Sua trajetória na música se iniciou com o coral da Sala São Paulo (OSEP), aprendendo partitura e outros instrumentos. O contato com a música e influência dos pais motivaram a DJ a ingressar na cultura hip hop. O repertório musical da artista tem como foco as vertentes do hip-hop (rap underground, nacional, trap soul, new soul), R&B, MPB, Funk e House Music.
Jacquelone
Jacqueline Gomes é DJ, produtora e beatmaker. Vem tomando a cena brasileira, com “seus pezinhos descalços” e bom humr, comandando as pickups com sets que são verdadeiras pesquisas musicais sobre o hip-hop. A influência do pai DJ e avó cantora, fazem com que ela brinque com os diversos gêneros e subgêneros da música preta através de mixagens muito originais. Além disso, assina como produtora e beatmaker as faixas “Regras da Loja” do álbum Lógos Multiverse (2019), do rapper niLL, e “Baby, Não Me Espere (Interlúdio II)” do álbum A Salvação É Pelo Risco (2019), do rapper JOCA.
K-Mina
Camila Mina tem envolvimento com a música desde a infância, com o pai que fez parte de coral da igreja. Apaixonada por Black Music, traz os ritmos em seus sets recheados de samba rock, afro beat e hip-hop. Fez parte da oficina de DJs e por incentivo da DJ Vivian Marques focou nos treinos nas picapes. Desde 2015 vem discotecando em diversas festas e festivais, compartilhando o toca disco com grandes nomes da cena, como o Dj Marco, KL Jay, Erick Jay, dentre outros.
Karla Gnom
Karla Raissa é uma pernambucana que sua história permeia a música e luta para sobreviver desde nova. O contato com o rap veio do período que saiu de casa aos 14 anos e entregava panfletos para um loja de tatuagens e piercing. Aos 17, com sua força de vontade resolveu virar dj, mesmo sem muitos equipamentos, adquirindo o conhecimento de produção e mixagem através de tutoriais no youtube.
Kingdom
Kingdom é DJ e integrante do Fenda, um dos grupos mais promissores do rap de Belo Horizonte, Minas Gerais. Seu trabalho é amplo e abrange diferentes vertentes e estilos, como dancehall, RnB, chill baile, entre outros. Outro ponto importante da arte de Kingdom é o protagonismo feminino.
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Lary Hill
Larissa Dias, mais conhecida como Lary Hill, é DJ, figurinista e produtora cultural. Aos 24 anos, Lary também é idealizadora do Baile Boladona e é formada em figurino pela Spectaculu, escola de artes focada nas quebradas cariocas.
Lorrany
Lorrany é DJ e CEO da Solta o Bass, festa que surgiu em 2018 com o intuito de dar visibilidade aos novos DJs da cena. Lorrany também é idealizadora da Beat Femme, iniciativa focada na apresentação de artistas independentes e é residente da Ladies on The Beat , festa itinerante focada no trabalho de mulheres e o projeto Todas Podem Mixar.
Miria Alves
Miria conheceu o hip-hop por meio do skate aos 16 anos e desde então permanece uma figura ativa no movimento. Com seu trabalho como DJ, Miria busca empoderar outras mulheres e incentivá-las a adentrar o mundo da música, o que inclusive a motivou a criar O TPM – Todas Podem Mixar, curso de mixagem feito para e por mulheres.
Nai Kiese
Foi em uma oficina para DJs em 2012 que Nai Kiese conheceu o hip-hop. Desde então ela vem desenvolvendo e firmando sua carreira e inspirando outras mulheres a iniciarem seus trabalhos no meio musical. Nai é da Bahia e foi residente durante três anos na batalha 3º Round, sendo a primeira DJ mulher a comandar batalhas de freestyle e realizou junto ao Rima Mina a primeira eliminatória baiana feminina de MCs. Ela também é idealizadora do Time Punnany, produtora criativa de protagonismo feminino.
Peroli
Do ABC Paulista, Peroli iniciou sua carreira como DJ em 2018 e é conhecida pelos trabalhos na cena do grime. Residente e co-fundadora do Perifa no Toque, ela também é professora de inglês e idealizadora da festa Side Grime.
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Sophia
Sophia tem 19 anos e é uma artista que já passou por diversas áreas. Poeta e diretora cinematográfica, ela se envolveu mais a fundo com o hip-hop após conhecer o projeto Futuro do Hip-Hop, criado pela DJ Vivian Marques. Atualmente ela é DJ oficial da MC Soffia.
Tamy Reis
Tamyris Reis, mais conhecida como DJ Tamy, estudou piano, percussão, flauta, violão, canto, teoria musical, e outras coisas relacionadas à arte como teatro, pintura e fotografia. Em 2009 Tamy ingressou em um curso de especialização de mixagem e começou a fazer eventos. Já reconhecida como profissional no mercado, em 2012 Tamy ingressou na Red Bull Favela Beats, Escola de DJs e produção de batidas eletrônicas, que visa instruir jovens para o mercado musical.
Tasha e Tracie
Tasha e Tracie Okereke são MCs, DJs, influencers e produtoras culturais. No blog Expensive $hit elas se expressam por meio da música e da moda, e ainda compartilham um pouco sobre o dia a dia. Atualmente também são colunistas da Uol e fazem parte da Ceia Ent.
Th4ys
DJ, CEO e ativista, Th4ys quer empoderamento feminino e negro.Realizando trabalhos também como produtora e empreendedora, ela faz parte do coletivo de economia criativa, Abebé.
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Tati Laser
Tati Laser é DJ e integrante da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop-SP. Em 2007 fundou, ao lado das DJs Vivian Marques e Juju Denden, o Projeto Minas Pá. Em 2010, ficou em Terceiro Lugar no Campeonato de DJs DMC Brasil, com o projeto Mulheres Applebum Crew. Atualmente ela é residentes nas festas Pro Scratch Brasil e Disco Livre OZ.
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Vivian Marques
Vivian Marques mistura RnB, Soul, Funk, Rap, entre outras vertentes da música negra em sua arte. DJ e produtora cultural, ela é uma figura marcante no movimento pela criação de projetos que capacitam e incentivam mulheres no meio musical e pela diversidade dos sets.
Maíra
Maíra é MC, fotógrafa, DJ e artista visual. Desenvolve projetos autorais de fotocolagem e em todas as vertentes de seu trabalho exalta a potência da mulher negra e a força das entidades femininas nas matrizes africanas. Maíra também é produtora da Battle Girl Power, batalha de rimas feitas por e para mulheres do Belém do Pará.
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