Natural de Crateús, interior do Ceará e atualmente morador de São Paulo, Rômulo Boca já gostava de livros ainda durante a infância. Certamente nunca perdeu o gosto pela leitura, vindo, mais tarde, encontrar sua forma de se expressar através da música.
Integrante do grupo A.L.M.A., Boca anunciou sua primeira mixtape, “Quando o Mundo Acabou era Meio-dia“, com previsão de lançamento para setembro e creio que podemos esperar algo grandioso em nossos ouvidos.
Pelos recentes lançamentos do artista, podemos ter uma ideia do que está por vir. A.C.O.A./S.A.O.V. é o single duplo lançado em parceria com Rodrigo Zin que você precisa parar tudo que está fazendo agora e ouvir (bem como toda a discografia do artista). Multiversos com o excelente artista niLL foi mais recente. Não cabe a mim aqui analisar para vocês essas musicas. Apenas ouçam. Apenas.
Sobre seu novo trabalho que esta por vir, Rômulo diz: “Tudo ali se amarra. O intuito é exercer a impressão de odisseia mesmo. Minha vida não é muito diferente da vida das pessoas que me ouvem. Penso que levando-as numa viagem assim, talvez elas se sintam menos sozinhas e eu também”.
Por suas palavras, podemos esperar algo extremamente conceitual, com o artista dando o melhor de si (como sempre) em cada faixa para mostrar ao ouvinte o que o artista é, como pessoa e como músico.
Sobre as participações, veremos neste trabalho Lucas Félix e Wendeus, as outras duas peças desse set de armas que é o grupo A.L.M.A. (Arma Lírica Musical da Alma). Ouviremos também Teagacê, Chinv, César Masthif, Rodrigo Zin, niLL e Isaac de Salú.
CONCEITO
Em relação ao título, a frase faz alusão a um sonho que o artista teve com sua mãe, dona Francisca Cesário de Almeida, já falecida, na qual ele diz isso para ela. “Quando o mundo acabou era meio-dia”. Interpretou como uma resposta psicológica da morte dela (nem sei o que dizer, apenas sentir).
“Acho que perder a mãe é como ver o mundo acabar. Tipo, hoje me sinto como alguém que vive em um mundo que acabou e esse sentimento veio com a morte da minha mãe. Ao mesmo tempo, sinto que me tornei alguém melhor após a morte dela, alguém menos irresponsável comigo e com aqueles que me cercam. Voltei a ter humildade, no sentido de ter pé no chão. Olho para mim e vejo o que represento, em que local estou, sem soberba, sem tirania, sem arrogância, entende? Isso fica evidente nas letras desse CD, fica evidente na odisseia que ele te leva” (eu te entendo meu amigo…)
Ouviremos uma faixa (homônima ao disco) na qual se trata de um áudio de dona Francisca a seu filho que ela gostaria que ele ouvisse em momentos difíceis “conseguir forças nas palavras deixadas por ela”. Dispensável aqui qualquer explicação extra sobre isso. Já deu pra sentir.
“Às vezes ouço esses áudios e choro, mas muitas vezes esses áudios me dão uma espécie de vigor, de energia locomotiva. Então, pensei, ‘Bom, alguém vai precisar ouvir isso também para sentir a mesma coisa e sair do canto’. Ao mesmo tempo é uma forma de homenagear o que ela foi, tirar um peso, tirar um nó, sabe?”.
Veremos de tudo nesse trabalho. Do Plug ao Metal, boombap, voz e violão. Um prato cheio para os ecléticos, não é mesmo?
Após o lançamento oficial da mixtape, em setembro, pretende lançar alguns clipes e fazer shows em São Paulo, onde reside atualmente, e também fora do eixo, principalmente na Região Nordeste, onde estão fincadas suas raízes e para um futuro não muito distante, pensa em um EP.
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