Salve, leitores do Raplogia!
No nosso 5º post da série “Birth to Infinity”, convidamos o Liam Maia, colunista do site RND e uma das grandes mentes pensantes no jornalismo sobre o RAP Nacional.
Ele listou pra gente seus álbuns favoritos desde 1996. Prontos para mais um “Birth to Infinity”?
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[1996] Nas – It Was Written
Quis bastante fugir do ‘óbvio’ e fiquei matutando um bom tempo entre A Tribe Called Quest, OutKast, Jay-Z e até mesmo Eminem… aí me lembrei que o It Was Written foi trilha de quase dois anos de faculdade entre busões e caronas e é um dos últimos álbuns toleráveis do Nas – há quem pense diferente.Na minha opinião, o único trabalho do Nasty Nas que sobreviveu às expectativas do Illmatic, problema esse que também vejo muito presente na carreira do Black Alien: é difícil lançar um álbum à altura do seu debut se ele for um dos melhores da história. Apesar das críticas aqui presentes, o Nas é um dos artistas mais importantes pra mim. Por muito tempo fui um Stan absoluto dele e não guardo nenhum arrependimento. Puta Mc, discão também.
[1997] Eminem – Slim Shady EP
![[1997] Eminem - Slim Shady EP](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/1997.jpg)
[1997] Eminem – Slim Shady EP
Esse EP foi o que introduziu Eminem ao Dr. Dre, responsável direto por alavancar a carreira de diversas lendas do hip-hop. Acho um marco importante de se lembrar.
[1998] OutKast – Aquemini
![[1998] Outkast - Aquemini](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/1998.jpg)
[1998] Outkast – Aquemini
O “Miseducation”, da Lauryn Hill, foi outro forte candidato, mas recapitulando aqui entre os dois qual ouvi mais, o Aquemini ganhou.
Menções Honrosas: O supracitado The Miseducation of Lauryn Hill e o Black Star, do (ONE TWO THREEEEEE) Mos Def com o Talib Kweli.
[1999] MF DOOM – Operation: Doomsday
Não me considero nem fã do DOOM. Desde o primeiro play, fiquei completamente obcecado por essa figura misteriosa e feroz nas rimas. Até hoje ouvir seus álbuns me emociona e sinto que nada disso vai mudar. Não tinha como colocar qualquer outro nome aqui. Daniel Dumile é o cara e com certeza é também um dos artistas que mais ouvi até hoje.Doomsday é a estreia solo de Dumile no mundo do rap e figura entre um dos melhores debuts da história. Parafraseando um álbum do Tribe, os beats, as rimas e o lifestyle apresentados por Doom ao longo de quase uma hora dos raps mais frenéticos do Mc favorito do seu Mc favorito são completamente insanos. Para sempre um dos meus preferidos e um dia estará para sempre na minha pele também.
[2000] Deltron 3030 – Deltron 3030
![[2000] Deltron 3030 - Deltron 3030](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2000.jpg)
[2000] Deltron 3030 – Deltron 3030
[2001] CunninLynguists – Will Rap for Food
![[2001] CunninLynguists - Will Rap for Food](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2001.jpg)
[2001] CunninLynguists – Will Rap for Food
Menção Honrosa: HOV, com o Blueprint do rap, que QUASE apareceu aqui na lista mas ainda não apareceu de fato – e sequer sei se vai.
[2002] Eminem – The Eminem Show
![[2002] Eminem - The Eminem Show](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2002.jpg)
[2002] Eminem – The Eminem Show
Esse álbum foi a primeira vez em que me disseram que tudo bem mandar todo mundo se foder mesmo sendo um carinha zoado, coisa que o Kanye e o Gambino me conquistaram fazendo com muita maestria e de uma maneira mais crível que o Em, mas esse aqui tem a importância sentimental também.
Menção Honrosa: Racionais – Nada Como Um Dia Após o Outro Dia
[2003] King Geedorah – Take Me To Your Leader
![[2003] ing Geedorah - Take Me To Your Leader](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2003.jpeg)
[2003] ing Geedorah – Take Me To Your Leader
[2004] Madvillain – Madvillainy
![[2004] Madvillain - Madvillainy](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2004.jpg)
[2004] Madvillain – Madvillainy
A menção honrosa dessa vez vai aqui no corpo do texto mesmo por que o Black Alien merece um parágrafo. Babylon By Gus é, na minha opinião, o melhor álbum do rap nacional, talvez empatado com um dos dois queridinhos do Racionais. Já botei esse álbum em festinhas jovens, em churrascos, pra família ouvir no carro, pras moças (brincadeira mozi) e nunca falha. Trilha pra vida e pra qualquer momento.
[2005] Quasimoto – The Further Adventures of Lord Quas
![[2005] Quasimoto - The Further Adventures of Lord Quas](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2005.jpeg)
[2005] Quasimoto – The Further Adventures of Lord Quas
[2006] CunninLynguists – A Piece of Strange
![[2006] CunninLynguists - A Piece of Strange](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2006.jpg)
[2006] CunninLynguists – A Piece of Strange
[2007] Blu & Exile – Below the Heavens
![[2007] Blu & Exile - Below the Heavens](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2007.jpeg)
[2007] Blu & Exile – Below the Heavens
[2008] Kanye West – 808s & Heartbreak
![[2008] Kanye West - 808s & Heartbreak](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2008.jpg)
[2008] Kanye West – 808s & Heartbreak
Sonoridade atemporal, as observações ácidas do Ye sobre a vida super presentes e muita sofrência (eu sou do Goiás, aprecio). Novamente sem palavras. É o álbum mais ouvido por mim (junto ao de 2010 aqui da lista) há anos e provavelmente vai continuar assim por muito mais tempo.
[2009] Emicida – Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe
![[2009] Emicida - Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2009.jpg)
[2009] Emicida – Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe
[2010] Kanye West – My Beautiful Dark Twisted Fantasy
![[2010] Kanye West - My Beautiful Dark Twisted Fantasy](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2010.jpg)
[2010] Kanye West – My Beautiful Dark Twisted Fantasy
Nada mais a declarar, não preciso falar sobre essa obra.
[2011] The Roots – Undun
![[2011] The Roots - Undun](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2011.jpg)
[2011] The Roots – Undun
[2012] Frank Ocean – Channel Orange
![[2012] Frank Ocean - Channel Orange](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2012.jpg)
[2012] Frank Ocean – Channel Orange
Demorei a foder com o Frank Ocean, talvez tenha sido o último da Odd Future que eu fui atrás de conhecer, mas o primeiro contato foi definitivo. Me apaixonei pela voz, pela visão de mundo e pelas músicas sensacionais que ele entrega sempre. Menino de ouro. Tem uma mãe massa demais.
Menção Honrosa: Kendrick Lamar – Good Kid, M.A.A.D City e Childish Gambino – Camp
[2013] Childish Gambino – Because The Internet
![[2013] Childish Gambino - Because The Internet](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2013.jpg)
[2013] Childish Gambino – Because The Internet
Meu ponto favorito da carreira do Bino, as influências do Lil Wayne haviam amadurecido bastante, a parte musical estava no primeiro ponto alto de fato, já que o Ludwig estava mais apessoado com o gênero e mais seguro de si, além de ter começado a achar uma identidade. Produção extremamente experimental, barras certeiras, filosofia contemporânea e narrativa absurdamente bem feita.
Menção Honrosa: Acid Rap, do #parça do Gambino, Chance The Rapper, na época em que ele ainda era nóia não-convertido.
[2014] Mick Jenkins – The Waters
![[2014] Mick Jenkins - The Waters](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2014.jpg)
[2014] Mick Jenkins – The Waters
[2015] Lupe Fiasco – Tetsuo & Youth
![[2015] Lupe Fiasco - Tetsuo & Youth](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2015.jpg)
[2015] Lupe Fiasco – Tetsuo & Youth
[2016] Noname – Telefone / Drake – Views / Young Thug – Jeffery
- [2016] Noname – Telefone
- [2016] Drake – Views
- [2016] Young Thug – Jeffery
Quem acompanhava o Chance e o Mick Jenkins já esperava ansiosíssimo um debut da Noname (Gypsy, à época). Ele veio alguns anos depois e definitivamente não decepcionou. Ela nos deu o privilégio de adentrar um mundo extremamente particular. Desejo tudo de melhor pra Noname e que ela continue iluminada pra sempre.
Coloquei 3 álbuns até que DIFERENTES entre si aqui pois não consegui me decidir. Ouvi os 3 na mesma proporção e sou igualmente apaixonado pelos 3. O Views, melhor álbum do Drake que ninguém quer admitir, obviamente não é perfeito, mas tem pouquíssimas faixas ruins, algo compreensível num cd de 20 faixas. E não tem ninguém que me convença que a sequência de 9 até Redemption não é uma das melhores – se não a melhor – da carreira do Drizzy.
Jeffery também é meu álbum favorito e o que eu considero melhor do Thugga, mas esse talvez tenha mais apoiadores. Eu chorei ouvindo diversas faixas. O Thugga é um dos poucos artistas que consegue passar um sentimento com o delivery totalmente diferente da letra da música e ter o prazer de não ser um falante nativo de inglês te permite desligar a tradução mental e curtir o som simplesmente pela vibe. Momento bem ritualístico, louco demais.
[2017] Tyler, The Creator – Flower Boy / Jay-Z – 4:44 / 2 Chainz – Pretty Girls Like Trap Music
- [2017] Tyler, The Creator – Flower Boy
- [2017] Jay-Z – 4:44
- [2017] 2 Chainz – Pretty Girls Like Trap Music
Mais um top triplo e pelo mesmo motivo: sequer consigo dizer se ouvi algum dos álbuns mais que o outro. Mentira, ouvi o do 2 Chainz bem mais os que os outros, mas foi por puro replay value mesmo, nada relativo a qualidade.
O álbum do Tyler foi a culminação de tudo que ele vinha cimentando desde 2009 e não tinha como ser melhor. Menos estranho aos ouvidos que o Cherry Bomb, o Tyler feliz, o Tyler triste, coisas bem normais. O Tyler mais próximo do ouvinte até hoje.
4:44 foi o anti-Illmatic do Jay-Z. Diferente do Nas, ele tinha uma PORRADA de álbuns históricos em sua carreira para superar expectativas. Ao invés de tentar alguma inovação besta, Hov se ateve a produções extremamente meticulosas e até orgânicas em certo ponto, mas dentro de sua zona de conforto e rimou sobre o que sabia da vida. Sem firula, mas com muita sapiência.
2 Chainz é outro selo #sempalavras de qualidade. Pau no cu do Astroworld, isso aqui que é traps de qualidade que você ouve até o cu fazer bico e sem enjoar. TOP.
[2018] Kanye West – ye
Demorei 3 dias pra digerir o ye. Passei 3 dias tratando o trampo com descaso. Erro meu. Desde então, ouço no mínimo uma vez por dia. Foi um tempão pra acostumar com o TLOP como ‘novo álbum do Kanye’, mas com o ye foi quase que instantâneo. Ele já nasceu Kanye pra caramba. 2018 pra caramba. Som de futuro pra caramba. Só sei explicar o que esse álbum me causa de uma maneira: ele me instiga a fazer dancinhas estranhas.
![[2018] Kanye West - ye](https://raplogia.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2018.png)
[2018] Kanye West – ye
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É isto, galera, chegamos ao fim de mais um “Birth to Infinity”! Agradecemos o Liam, e ficamos no aguardo do próximo!